Luan não tinha nem 3 anos quando ganhou da avó a primeira bola, daquelas que se encontra no mercadinho ou na banca de jornal. Para onde quer que ele fosse, a bola ia junto.
As ruas do bairro do Jardim Canaã, em São Paulo, eram seu próprio Morumbi. Nos dias de chuva, as paredes da garagem de casa se tornavam o alvo favorito de seus chutes.
Foi na bola em que ele se apoiou quando o pai abandonou a família para voltar para o interior da Bahia. Luan tinha apenas 5 anos e dava seus primeiros passos na escolinha de futebol de Marcelo Félix, irmão de igreja da mãe, dona Luzia, e que depois viraria a figura paterna que ele não teve.
Desde cedo, a cena tinha Luan, Luzia e a bola. Antes havia também Lucas, mas na adolescência o irmão decidiu passar três anos com o pai. Seguiram Luan, Luzia e a bola. Quando o menino deixou de ser menino e virou volante titular do São Paulo, teve o dia em que a bola morreu no fundo das redes do Palmeiras.
Agora já são Luan, Luzia, Lucas, a bola e o troféu de campeão paulista. E o jogador espera que o da Libertadores também possa entrar nessa foto.