A final contra o Tigre (ARG) foi das mais conturbadas da década. Acabou com apenas 45 minutos completados. Mas o São Paulo fez festa ao ganhar a Copa Sul-Americana 2012, enquanto também saudava Lucas Moura, em seu jogo de despedida. Foi o ponto alto do trabalho de Ney Franco no comando do time e também o último título do clube.
Por isso, não deixa de ser interessante notar que, a despeito de um jejum de oito anos, entre os torcedores são-paulinos, a passagem do técnico talvez seja mais lembrada hoje pela rusga com o ídolo Rogério Ceni. É o que as redes sociais sugerem, deixando a conquista em segundo plano. É uma situação que explica um pouco sobre o clube que, no decorrer da década, perdeu sua autodeclarada soberania.
Em entrevista ao UOL Esporte, o treinador foi fundo nas lembranças desse período: hoje ele e Rogério estão falando a mesma língua, algumas intrigas de vestiário acabaram dificultando sua continuidade no cargo e, por fim, diz ser "inexplicável" a falta de taças a um clube que segue investindo pesado na montagem de elenco.
Bom de prosa, Ney Franco, também falou bastante sobre outros títulos de sua carreira, do modesto Ipatinga ao gigante Flamengo, passando pelos altos e baixos da vida de um técnico no futebol brasileiro. Hoje no Goiás, ele ainda conta sobre o prazer de ajudar no lançamento de Michael, sensação do Brasileirão 2019 e hoje aposta rubro-negra, revelando também seu peculiar apelido.
Ney conta um pouco sobre como virou técnico sem ter jogado bola profissionalmente —o que não faz dele menos boleiro, rindo, inclusive, de um lance seu que viralizou no grupo de WhatsApp dos treinadores brasileiros. Para Adilson Batista, acreditem, foi praticamente um "drible de Garrincha".