Quem quiser ver o copo meio vazio dirá que foi a quarta derrota em quatro finais. Mas a seleção brasileira feminina de futebol dá muito mais motivos para olhar o copo meio cheio. A medalha de prata em Paris não carrega o peso de um fracasso. Pelo contrário, ela reluz com o brilho de um time que aprendeu a ganhar.
O pódio consagra um time em reconstrução, que, em seu primeiro grande torneio, derrubou gigantes pelo caminho, superou a ausência de sua principal jogadora, deu esperanças a uma torcida que esperou anos para voltar a sorrir.
No futuro, esta seleção será lembrada como um time que aprendeu a vencer: superou França pela primeira vez; ganhou com autoridade da Espanha, a campeã mundial; bateu de frente com os Estados Unidos na decisão e só não venceu porque a goleira adversária fez dois milagres.
Para além dos resultados, a seleção mostrou que existe um caminho. A prata de Paris marca o fim da carreira de Marta em Olimpíadas, mas faz olhar mais para o futuro que para o passado.
Ela é o início de um caminho. É a prata da esperança.
"É muito importante. Essa medalha representa muita coisa. Tem muitas coisas por vir. Foi pouco tempo de trabalho para chegarmos onde chegamos. Meninas jovens, primeira Olimpíada de muitas. Tenho certeza de que isso daqui é o início de um grande respeito que o Brasil agora vai ter."
Gabi Portilho