O namoro entre Senna e Ferrari não pararia por aí. O brasileiro conquistara os campeonatos de 90 e 91, mas tinha visto o crescimento da Williams e seu carro coberto de ajudas eletrônicas, com o qual Mansell em 92 e Prost em 93 tinham sido campeões com facilidade. A primeira opção de Senna era uma vaga no time inglês, mas Prost tinha assinado um contrato que vetava a contratação do brasileiro. Ciente disso e de que a Honda deixaria a McLaren no final de 92, Senna chegou a reunir-se com Niki Lauda, que atuava como consultor da Ferrari, mas eles não chegaram a um acordo.
No final de 93, ainda na McLaren e acreditando que Prost seguiria na Williams em 94, Senna se encontrou com Todt. "Ele queria vir para a Ferrari e a Ferrari o queria", disse o francês, em 1994. Todt explicou, contudo, que não podia dar a Senna o que ele queria, pois já tinha dois pilotos contratados. E, no final das contas, a tão desejada vaga na Williams se abriu com a aposentadoria de Prost, e Senna assinou com o time inglês.
As ajudas eletrônicas que eram a grande razão da hegemonia da Williams, no entanto, foram banidas para 94, e Senna estava muito descontente com a equipe. Foi então que ele novamente buscou uma aproximação com a Ferrari, reunindo-se com Luca di Montezemolo dias antes de sua morte.
"Conversamos longamente e ele deixou claro que queria encerrar sua carreira na Ferrari, depois de ter estado muito próximo de assinar com o time anos antes. Concordamos em nos encontrar outra vez em breve, já que ele checaria as obrigações de seu contrato."
A ideia de Senna, segundo Montezemolo, era quebrar seu contrato, que iria até o fim de 95, com a Williams. Há quem diga, contudo, que o encontro com Montezemolo tenha resultado, pelo menos, na assinatura de um pré-contrato para 1996. No final das contas, foi Michael Schumacher o contratado pela Ferrari em 96 e caberia ao alemão tirar a Ferrari da fila, conquistando o título em 2000, 21 anos após o último mundial de pilotos conquistado pela Scuderia.