Angélica Jordan telefonou para o amigo Sérgio numa tarde qualquer de 2015 para bater papo e logo ficou preocupada com o que ouviu de Lena, funcionária dele. O compadre, padrinho de sua filha, havia saído para uma sessão de ginástica algumas horas antes e não deu mais sinal.
Depois de alguma apreensão, Sérgio enfim apareceu em casa, dizendo à funcionária que tinha esquecido o que aconteceu. Se soube depois, através de relatos de conhecidos: o amigo de Angélica havia sofrido um apagão repentino de memória e perambulou meio sem rumo por Ipanema, bairro onde morava no Rio.
A amiga, então, marcou um geriatra para Sérgio, que teve identificado outro problema: uma retenção de líquido na bexiga. Ele acabou internado e lidou com complicações, como uma embolia pulmonar. Só recebeu alta dois meses depois.
Desde então, nunca mais foi o mesmo. Sérgio Noronha, uma das vozes mais conhecidas da crônica esportiva brasileira, começava a ceder ao Mal de Alzheimer. A memória privilegiada que tinha catalogado lembranças valiosas do futebol nacional aos poucos se enfraquecia. Nesta matéria, você vai conhecer Noronha e sua batalha contra a doença, que terminou em 24 de janeiro de 2020. Foi nesse dia que ele morreu, vítima de uma parada cardíaca, aos 87 anos.