"Infelizmente, não terei mais o Neilson para incentivar a garotada. Ele era um ídolo por aqui e estava nas semifinais de dois torneios que foram interrompidos por conta da pandemia", conta Antônio Cruz de Jesus, o Gibizinho.
Jovem baiano de 21 anos, Neilson Gonçalves Santos foi atingido por 15 disparos efetuados por cinco homens encapuzados há três semanas. Estava dentro da casa de sua companheira quando morreu. O endereço: Rua da Paz, Mata de São João, Bahia.
Na mesma semana em que Neílson morreu, Gibizinho viveu outro sentimento. Oposto. Um de seus alunos mais brilhantes, Wanderson de Oliveira está na equipe olímpica brasileira que treina em Portugal, com custos pagos pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), de olho na classificação para os Jogos de Tóquio, no ano que vem.
Em um país onde os jovens de famílias carentes enfrentam todo tipo de violência, o mundo do esporte muitas vezes é a única saída para sobreviver e sonhar. Vivendo entre o sonho e a realidade, Gibizinho sabe que um ringue de boxe pode significar muito.