"Não é que pode ser o último jogo do Soteldo pelo Santos. É o último jogo do Soteldo pelo Santos."
A frase é do técnico Cuca, em 17 de outubro de 2020. Desde aquele dia, o venezuelano jogou 17 vezes pelo Santos e fez quatro gols — um deles no ângulo do Boca Juniors no jogo que classificou o time para a final da Libertadores.
Naquela época, a diretoria do Santos já tinha aceitado uma proposta do Al Hilal, da Arábia Saudita, e imaginava que Yeferson Soteldo e seus representantes também topariam porque os valores envolvidos eram altos. Cuca foi até avisado que o venezuelano estava fora dos planos, mas depois de poucos dias tudo mudou.
Economicamente era muito bom, eu sabia que era difícil recusar. Falava com meus representantes, minha esposa, 'o que fazer?'. Ou fico para tentar ganhar a Libertadores ou vou para ganhar dinheiro e praticamente esquecer do futebol. Conversamos e decidi que queria ficar, e depois do gol que eu fiz na semifinal contra o Boca vi que tinha dado certo ficar aqui e se Deus quiser que a gente possa terminar da melhor maneira."
Em uma de suas raras entrevistas exclusivas — desta vez para o UOL Esporte —, Soteldo se aprofunda nas razões que o motivaram a continuar no Santos e rejeitar os árabes, diz o que espera de seu futuro no mercado da bola após a Libertadores, desabafa sobre o que considera falta de respeito da imprensa esportiva com Santos e o significado desta final de sábado (30) contra o Palmeiras, no Maracanã.
Cada vez mais ídolo na Venezuela, cada dia mais habituado à cultura brasileira e fã dos "Barões da Pisadinha", o camisa 10 do Santos é um dos principais personagens desta histórica decisão.