"Você narrando é um crime". Esse é apenas um dos muitos ataques que Natália Lara sofre todos os dias simplesmente por ser uma mulher na liderança de transmissões de competições esportivas no Sportv, principalmente no futebol.
Aos 28 anos de idade, ela conquistou espaço em um ambiente predominantemente masculino. Será um dos principais nomes do Sportv na transmissão dos Jogos Olímpicos de inverno de Pequim, que começaram nessa semana (a festa de abertura é hoje, às 9h) e vão até o dia 20. Apesar disso, ela ainda precisa lidar com os comentários ofensivos e agressivos de quem não aceita a narração feminina.
"Esse tipo de coisa no dia a dia, sinceramente, cansa. Não é todo dia que eu estou bem para lidar com isso. Tem dia que eu bloqueio e viro a página, mas tem dias que é bem duro. Principalmente quando são ataques coordenados, em que, a cada dois segundos, recebe uma enxurrada de coisa. É bastante cansativo e desgastante. Já tive que bloquear comentários de rede social para não ter que lidar com isso. Eu não faço a menor ideia de quantas contas bloqueadas eu tenho", relatou Natália Lara ao UOL Esporte.
O desejo de Natália é que finalmente respeitem o trabalho dela e de outras mulheres que atuam na comunicação esportiva. Assim como qualquer pessoa, ela persistiu para conseguir um espaço no mercado: estudou, trabalhou de graça, atuou como DJ em festas universitárias e chegou na maior emissora do país.