Uma nova Thaisa tirou o pó de cima das caixas guardadas no fundo do armário e as abriu. Encontrou, esquecida, parte importante de sua história. Troféus entregues à melhor sacadora do mundo e à melhor atacante do mundo, que a central recebeu, agradeceu e guardou na caixa. Pequenas alegrias que a jogadora não se deu ao prazer de desfrutar.
Menos mal que ainda há tempo para reconhecer. "Quando alguém falava: 'Você é uma das melhores do mundo', eu ficava meio assim, dizia que é o que o povo fala. Mas eu sou. Eu sou. Tudo que eu conquistei, tudo que eu tenho, todos meus títulos, individual, em grupo, seleção, clube, tudo, se você for pegar para pontuar, eu sou sim. Qual o problema de falar?", questiona Thaisa. Problema nenhum.
Desfrutar as pequenas e as grandes conquistas é só uma parte da transformação vivida pela central de 32 anos. Uma dessas conquistas foi conseguir terminar um livro, da primeira à última página. Para ela, sinal de que aprendeu a se desligar da tomada onde parece estar sempre conectada e se concentrar num objetivo.
A nova Thaisa quer expandir o cérebro sem ficar barriguda. Aprender mais, se despir de orgulho, arrogância e vaidade, mas sem deixar de ser cuidadosa consigo mesma. "Hoje talvez eu não queira estar com o corpo sarado para estar feliz. Vou fazer pela minha saúde, pelo meu bem estar, para me sentir bem. Antes, fazia porque isso me fazia feliz. As pessoas olhavam, achavam bonito", analisa.
Nessa conversa com o UOL Esporte, a central do Minas Tênis Clube fala do presente, do passado e do futuro. Da possibilidade de voltar a defender a seleção, dos planos de se tornar coach, de vaidade e de voleibol.