Marcello Gallardo foi campeão da Libertadores em 1996 pelo River Plate, venceu seis vezes o Campeonato Argentino e conquistou títulos na França por Monaco e Paris Saint-Germain. Defendeu a seleção argentina de 1994 a 2003. Guillermo Barros Schelotto foi selecionável apenas de 1995 a 1999, mas foi tetracampeão da Libertadores e hexacampeão argentino com a camisa do Boca Juniors. Neste sábado (24), os dois decidem a competição continental como treinadores dos clubes que os projetaram para o mundo.
Os comandantes de River Plate e Boca Juniors resumem uma geração de ex-jogadores de ponta da Argentina que escolheram voltar aos campos e apostar nas incertezas da profissão de técnico de futebol. Eles estão nas categorias de base da seleção do país - como Pablo Aimar, treinador da sub-17 - e até na Europa. Diego Simeone e Mauricio Pochettino, com trabalhos elogiados à frente de Atlético de Madri e Tottenham, são apenas os exemplos mais famosos.
Enquanto isso, no Brasil, nossos ídolos parecem preferir outros trabalhos. Em sua maioria, o Campeonato Brasileiro tem treinadores que foram, sim, ex-atletas, mas os "professores" costumam ostentar carreiras de pouco destaque dentro de campo. É claro que há exceções. Nas gerações mais antigas, encontramos Renato Gaúcho, técnico do Grêmio e craque da seleção brasileira nos anos 90. Estrelas brasileiras que se aposentaram nos últimos 20 anos, porém, são raridade. Os jogadores brasileiros que brilharam pelos grandes clubes e chegaram à seleção costumam se tornar comentaristas, dirigentes e até empresários. Rogério Ceni, campeão da Série B com o Fortaleza, é uma das poucas novidades, e ainda há gente que enfrenta dificuldades para entrar no mercado.
Nesse espaço, você vai enteder porque a Argentina consegue fazer essa transição. E o Brasil, não.