Em um processo tão caótico, não é surpresa que existam arrependimentos. Romildo Bolzan, ex-presidente do Grêmio, diz que aconteceu uma vez. Ele prefere não dizer qual é o caso concreto — os indícios apontam para a saída de Renato Gaúcho —, mas reconhece que já demitiu técnico em um momento no qual não deveria.
"Num momento de dificuldade enorme que se criou, eu poderia ter apostado um pouquinho mais. Mas eu também estava num nível de esgotamento muito grande e aí acabou sendo trocado", contou.
Rodrigo Caetano é mais direto em relação ao arrependimento pela demissão de Turco Mohamed. O clube, como um todo, se deixou levar pela torcida. A comparação com o ano anterior trazia um sarrafo elevado: o time tinha conquistado Brasileirão e Copa do Brasil sob a tutela de Cuca, que decidiu sair ao fim de 2021.
"Sempre serei contrário à interrupção de trabalho, tá? Por que eu falo isso? A experiência diz que o prejuízo é muito maior. Com a evolução do método de trabalho dos técnicos, eles organizam o modelo de jogo do time com seus conceitos. Então, hoje, quando você tem a interrupção, o período que você tem para readaptar a uma nova metodologia é demorado. Às vezes, a montagem de elenco também é baseada no modelo de jogo do técnico", aponta Rodrigo Caetano.
Depois que tirou Mohamed, o Galo trouxe o próprio Cuca de volta. Efeito imediato? Nada disso. Por mais que conhecesse o elenco, era preciso virar a chave. "Para você ter uma ideia de como são as coisas. O elenco era praticamente o mesmo, mas ele já tinha sido treinado de uma outra forma pelo Turco", completou Caetano.
Em 2022, o Atlético-MG terminou em sétimo no Brasileirão.