Walter é o tipo de jogador pelo qual em algum momento você já deve ter torcido. Mesmo que não fosse sequer próximo das camisas que defendeu, como Inter, Athletico, Goiás, Fluminense ou Cruzeiro, mas por perceber nele uma grande dose de sinceridade. Seja na insistência, na capacidade, nos erros e acertos, nas qualidades e defeitos que muitas vezes colocam o atacante como reflexo de todos nós. Walter não esconde quem é.
De coração aberto, ele jamais se omite. E foi assim em uma entrevista de mais de uma hora ao UOL. Detalhes de quando palavras doeram mais do que qualquer entrada brusca em campo foram revelados pelo jogador de 33 anos que hoje defende o Pelotas, no Rio Grande do Sul. Um treinador o chamou de gordo, e isso doeu. Marcou.
O problema de peso é tratado com naturalidade. Walter entende que isso brecou sua carreira e que poderia ter ido muito mais longe se não fossem os quilos de sobra. Entre sorrisos, lembra bons momentos, colegas e times e mostra que está feliz mesmo percebendo os últimos anos da carreira passarem. Estar perto da filha Catarina Vitória, de 12 anos, ao lado dele na festa com a qual foi recebido em Pelotas, não tem preço.
Seja nas glórias ou nos piores momentos, Walter revisita sua vida e sua carreira com a segurança de quem sempre tentou o melhor. Antes de fazer tudo virar livro, ele ainda contou como se sentiu injustiçado na punição por doping e a tristeza por simplesmente não ter notícias do pai, desaparecido desde 2018.