Era setembro de 2015. O zagueiro Iago Maidana, então com 19 anos, chegava ao São Paulo como promessa para o futuro. O Tricolor tinha acertado o pagamento de R$ 2 milhões ao Monte Cristo, clube da terceira divisão de Goiás. O mesmo Monte Cristo, dois dias antes, havia contratado o atleta junto ao Criciúma —onde ele vinha se destacando— por R$ 800 mil intermediados pela empresa Itaquerão Soccer.
O negócio levantou suspeitas. Acordos assim culminariam, depois, na renúncia do então presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar. O movimento foi forçado pelo vice-presidente Ataíde Gil Guerreiro, que gravou Aidar confessando desvios de dinheiro no clube. Maidana foi o estopim que desencadeou uma crise política no clube do Morumbi. Mesmo sem culpa alguma nela, o zagueiro sofreu as consequências: foi rebaixado para o time sub-20 e nunca atuou profissionalmente pelo Tricolor.
Mais que atrapalhar o desenvolvimento da carreira do atleta, o caso acarretou problemas sérios para a vida do jovem. Em corajoso depoimento exclusivo ao UOL Esporte, o zagueiro confessou que teve depressão e crise do pânico enquanto era jogador do São Paulo. E conta como reconstruiu sua carreira.
Foram dois anos lutando contra os problemas até conseguir retomar a carreira no Paraná. No novo clube, ajudou o time a subir para a Série A em 2017. Hoje, Maidana afirma ter deixado isso no passado. Recuperado, ele conta como amadureceu até se tornar um dos destaques do Sport na última temporada.