A façanha mais visível da história do Estádio 97 foi ter tirado Benjamim Back dos escritórios para os estúdios. Formado em economia, o atual apresentador do Fox Sports entrou no programa inicialmente como patrocinador. Durante um almoço despretensioso, Sombra convidou Benja para participar como representante do Corinthians, seu time do coração.
"O Sombra falou: 'Você não quer fazer o programa?'. Eu disse: 'Eu?'. Ele: 'Pô, você é um cara super comunicativo, conhece todo mundo, é super bem relacionado", contou Benja, que não integra mais o Estádio 97 desde que mudou para o Rio, por causa do Fox Sports.
"Foi um programa que eu nunca tive que mudar o meu jeito de ser, porque eu sou um cara bem-humorado. Eu não sou humorista, se confundem bom humor com humorista. Eu não consigo ficar falando duas horas e meia só de futebol, isso até na Fox. No Estádio 97 eu tive toda essa liberdade. É um programa que a gente trabalhou sempre no limite da confusão, da 'porradaria'. Me deu a escola de agilidade, de rapidez, de improviso, de saber lidar com situações constrangedoras ao vivo".
No fim das contas, Benja nunca deu adeus ao Estádio, porque não teve coragem de expressar em palavras ao grupo. Ele não conseguiu conciliar a mudança ao Rio com o programa em São Paulo e acabou 'saindo de fininho'
"Você quer saber a real? Eu nunca falei não, eu parei de ir. Não tive a coragem de olhar para os caras no programa e falar: 'Tô fora'. Eu peguei e me afastei, eu sumi e fui sumindo, sumindo e sumi. Recentemente eu peguei o telefone e falei com o Sombra: 'Sei que você está p... comigo, simplesmente eu não tinha condição, eu sou um cara muito intenso e fisicamente não estando no programa, olhando para a cara dos caras, fazer do sofá da sala da minha casa, não seria eu entende, seria frio, eu era o cara que atazanava todo mundo'".
Benja saiu, mas Mano ficou. Maurício Borges também virou comentarista do Fox Sports, mas mesmo no Rio montou uma estrutura em casa para continuar como integrante do Estádio 97 - com muito apego a seu primeiro emprego.
"Tinha 18 e não fazia nada da vida, era um vagabundo completo. O Sombra chegou e falou: 'Pô, Mano, estamos com uma ideia de montar uma nova equipe para integrar o Estádio 97 e você é um dos integrantes que a gente quer contar'. Eu falei: 'Mas, Sombra, eu não tenho experiência nenhuma, não tenho formação de Rádio e TV, Jornalismo...'. Ele falou: 'O que eu te perguntei é se você quer compor a bancada, experiência é de menos, a gente quer uma pessoa que tenha essa característica aqui dentro, pela irreverência, pela tiração de sarro, por ser um corintiano mais raiz'", contou.