25/04/2010 - 09h01

Governo nega lentidão em atos olímpicos; confederações querem R$ 250 mi

Rodrigo Mattos
Folhapress

Em São Paulo

O Ministério do Esporte disse que não há atrasos nos projetos para a Olimpíada. O Comitê Rio-2016 informou não existir preocupação até agora. "O Ministério do Esporte está finalizando uma proposta de incremento do esporte olímpico", afirmou a assessoria do ministério, sobre o plano de o Brasil ser potência nos Jogos, sem dar data para sair.

O COB não quis falar sobre o tema. Mas, para o ministério, as confederações não foram afetadas. A pasta ainda negou que havia obrigação de criar a APO (Autoridade Pública Olímpica) até abril. O Rio-2016 afirmou que o adiamento da constituição da APO não causará problemas. "O Comitê Olímpico Internacional está confortável com a nova data", informou.

O Ministério do Esporte ainda informou que não foi necessário repassar recursos ao comitê até agora. "Os gastos com esta fase do projeto são cobertos com verba dos patrocínios privados da candidatura Rio-2016, como previsto no orçamento da candidatura", concordou a assessoria do comitê.

Confederações querem R$ 250 milhões

O total dos projetos das confederações enviado pelo COB ao Ministério do Esporte soma cerca de R$ 250 milhões, segundo um dos dirigentes olímpicos envolvidos no programa. O comitê não confirmou nem desmentiu o número. Atualmente, as entidades recebem cerca de R$ 34 milhões pela Lei Piva.

Essa diferença entre o investimento atual e o almejado é mais acentuada entre as modalidades de menor tradição no Brasil. A Confederação Brasileira de Boxe recebeu só R$ 1,2 milhão em 2008. Seu projeto para o governo prevê R$ 40 milhões em seis anos e meio, ou cerca de R$ 6 milhões por ano. "Por se tratar de alto rendimento, tem que ter metas. Mas tem que vir o investimento", defendeu o presidente da confederação, Mauro Silva.

A confederação de pentatlo pediu R$ 2 milhões por ano. Hoje, recebe em torno de R$ 600 mil. "Pensamos em contratar um técnico estrangeira. Mas, sem ter a garantia da verba, não dá para ligar para um treinador e ficar especulando. Se não, você acaba queimado", contou Hélio Meirelles, presidente da confederação.