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26/10/2010 - 12h07

Com aval de Blair, Paes adia definição de orçamento de Rio-16 para o fim de 2011

Gustavo Franceschini
Em São Paulo
  • Tony Blair, ex-primeiro-ministro britânico, em foto de arquivo; político discursou sobre Olimpíadas

    Tony Blair, ex-primeiro-ministro britânico, em foto de arquivo; político discursou sobre Olimpíadas

Tony Blair, ex-primeiro-ministro britânico, discursou, nesta terça-feira, em São Paulo, sobre sua experiência com a organização dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Questionado sobre o orçamento de um evento do tipo, o político deixou claro que mudanças e estouros da previsão inicial são naturais. Com o aval do convidado de honra do evento, Eduardo Paes adiantou que o Rio de Janeiro só terá suas contas definidas no fim de 2011, quando a escolha do Brasil completar dois anos.

“O fato é que sempre há problemas, as coisas mudam. Ficaria surpreso se vocês me mostrassem algum lugar em que o orçamento não aumentou, até para que eu possa estudá-los. O orçamento é sempre o assunto mais difícil”, disse Tony Blair.

MINISTRO NÃO VÊ PALESTRA PARA TER REUNIÃO INTERNA

Alan Marques / Folha Imagem
Convidado para a palestra de Tony Blair, Orlando Silva Jr. ministro do Esporte, não viu a fala do inglês. O político subiu à mesa diretora, falou  brevemente e pediu licença para se retirar. João Dória, organizador e mestre de cerimônias, disse que o político iria para um evento de vôlei.

A agenda do ministro apontava compromisso com o lançamento da Superliga de vôlei, às 11h. A palestra de Tony Blair, no entanto, terminaria às 10h30, como de fato aconteceu. Procurada pelo UOL, a assessoria do ministro informou que ele se retirou para ter uma "reunião interna", antes do evento.

 

“Ainda estamos na fase de planejamento. O mais prudente é dizer que ao fim de dois anos da escolha o Rio de Janeiro terá condições de fazer um orçamento próximo, e que mesmo assim não será o final”, disse o prefeito do Rio de Janeiro.

A declaração de Paes foi feita logo após Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro, estimar os gastos em “mais de R$ 12, 15 bilhões”, sem especificar o que entrava na conta. Em 2009, quando o Brasil foi escolhido sede dos Jogos de 2016, a previsão era de um gasto de R$ 25,9 bilhões, mas o montante já cresceu depois de algumas mudanças no projeto.

A grande alteração em relação à proposta aprovada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) é a inclusão da região portuária. Como parte de um processo de revitalização, a área deve ganhar algumas instalações das Olimpíadas, o que deve encarecer o projeto como um todo.

A ideia é “copiar”, em parte, o modelo londrino aplicado em East End, região londrina com baixo desenvolvimento que receberá grande parte dos Jogos de 2012. Convidado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), Tony Blair, ex-primeiro-ministro britânico, explicou os ganhos que a região terá.

“Estamos colocando casas, escolas, devemos ter uma universidade que trate especificamente de esportes... Cada cidade faz do seu jeito, mas tem de ter um legado”, disse Tony Blair, que discursou para uma plateia formada por empresários, políticos e possíveis investidores, e os animou quanto à perspectiva do Brasil.

“Eu brinco que as Olimpíadas são um dia de eleição, sete anos de inferno e três semanas de glória”, avaliou, sobre as dificuldades na organização. “O mundo, eu posso lhes dizer, está com vocês”, concluiu. 

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