Nuzman diz que relação com CBF 'é ótima', mas, para confederação, é péssima

Rodrigo Mattos

Do UOL, em São Paulo

  • Marcelo Fonseca/Brazil Photo Press/AE

    Carlos Arthur Nuzman, do COB, com a bandeira olímpica no cristo redentor após a Olimpíada

    Carlos Arthur Nuzman, do COB, com a bandeira olímpica no cristo redentor após a Olimpíada

  Apesar de a CBF ter faltado à sua reeleição, o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, disse que a relação do comitê com a entidade "é ótima". Não é a opinião dentro da confederação onde o relacionamento é classificado como péssimo, segundo apurou o UOL. 

A insatisfação do presidente da CBF, José Maria Marin, começou durante a Olimpíada de Londres-2012. Isso porque ele ficou sem credencial para ter acesso pleno às instalações durante boa parte dos Jogos – só depois, obteve o crachá.  Também não teve direito a uma autorização para que seu carro usasse o estacionamento das instalações.

Na semana passada, a CBF e a Confederação Brasileira de Vela a Motor foram as duas confederações olímpicas que não compareceram à reeleição de Nuzman. "Isso acontece. Mas ele [Marin] têm ido às outras reuniões", minimizou Nuzman ao UOL.

O dirigente fez a afirmação após uma palestra que deu na Fiesp (Federação de Indústria do Estado de São Paulo) sobre oportunidades de negócios na Olimpíada do Rio-2016. Ele se retirou rápido sem dar tempo para muitas perguntas. Oficialmente, a confederação não fez comentários sobre a declaração de Nuzman. Mas, nos bastidores, cartolas confirmam o problema com o COB.

É fato que Marin deixou de comparecer à eleição por conta da irritação com a atitude de Nuzman na Olimpíada, já que é o comitê que distribuiu credenciais brasileiras. Tanto que o dirigente da CBF evitou contato com ele desde o final dos Jogos. 

Há dentro da confederação quem entenda que o objetivo do dirigente do comitê olímpico foi manter sua imagem afastada de Marin para agradar o governo federal. Explica-se: desde a época do ex-presidente Ricardo Teixeira que a presidente da República, Dilma Roussef, não recebe a cúpula do futebol brasileiro por não concordar com suas práticas administrativas.

É a segunda vez seguida que a CBF não comparece para votar em Nuzman. Em 2008, a confederação alegou que foi avisada só dois dias antes da eleição, o que levou o então Ricardo Teixeira a decidir não aparecer. Depois, os dois cartolas se aproximaram e selaram as pazes, que durou até o episódio na Olimpíada.

A reeleição do presidente do COB também foi precedida por denúncias do presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, Eric Maleson, que acusou o comitê de invadir a sua sede. Nem esses acontecimentos reduziram a satisfação de Nuzman com seu novo mandato de quatro anos, que vai durar até 2016.

"Quem é eleito sempre sai fortalecido. Foi tudo muito importante, um novo aprendizado. Aprendi muito nesta eleição", analisou o cartola. "Fiquei contente com o resultado."

Nuzman também disse não se afetar pela pressão do Ministério do Esporte pela limitação dos mandatos dos cartolas olímpicos– ele completará 21 anos no COB - e por uma maior democratização das entidades olímpicas. Afirmou que tem também "ótima" relação com o ministro do Esporte, Aldo Rebelo.

"O mérito do trabalho é medido pelo que cada um faz, não pelo tempo. Ninguém ganha a Olimpíada com pouco tempo. Minha relação com o ministro Aldo é ótima", observou Nuzman.

 

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