COB lança escola para técnicos com professor Bernardinho e aluno campeão olímpico

Vinicius Konchinski

UOL, no Rio de Janeiro

  • Wagner Carmo/VIPCOMM

    Técnico da seleção masculina de vôlei será consultor de honra de escola do COB

    Técnico da seleção masculina de vôlei será consultor de honra de escola do COB

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) abriu oficialmente nesta quarta-feira a sua Academia Brasileira de Treinadores (ABT). Já pensando na preparação dos atletas que disputarão a Olimpíada de 2016, o comitê criou uma escola voltada à formação de técnicos. Nela, transformou Bernardinho em professor e colocou um treinador campeão olímpico como aluno.

O técnico da seleção masculina de vôlei foi quem ministrou a aula inaugural da ABT, realizada no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro. A palestra foi acompanhada por 109 treinadores do atletismo, natação e da ginástica artística. Entre eles, estava Marcos Goto, técnico do ginasta Arthur Zanetti, campeão olímpico em Londres-2012.

Bernardinho
Bernardinho

Goto ouviu de Bernardinho dicas sobre como motivar um atleta em busca de melhores resultados mesmo quando ele já alcançou o topo, como é o caso de Zanetti. Saiu da palestra mais "inspirado", disse.

"Eu me formei em 1994 e já fiz duas pós-graduações, mas sempre há o que aprender. Podemos melhorar em tudo", afirmou ele, sobre os motivos que o fizeram voltar à sala de aula. "No esporte, temos que treinar todos os dias e estudar todos os dias também."

O técnico de Zanetti foi selecionado entre cerca de 600 profissionais que se inscreveram a uma vaga na primeira turma da ABT. Passou por um processo seletivo que incluiu uma prova escrita e a análise de seu currículo. Foi, então, convocado para as aulas.

Até 2014, Goto e os outros treinadores-alunos da ABT acompanharão um curso de oito módulos. Cada um desses módulos terá duração de aproximadamente uma semana. Nas aulas, os técnicos receberão instruções sobre como aperfeiçoar seu trabalho com os atletas.

"É fundamental a formação", defendeu o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, em entrevista concedida logo após a aula da ABT. "O atleta precisa olhar para seu técnico e confiar nele. Já fui atleta e sei como é."

Para ajudar nessa formação, o COB contratou acadêmicos e profissionais do esporte, do Brasil e de outros países, para dar aulas na sua academia. Bernardinho será um dos consultores de honra da ABT, junto com outros treinadores olímpicos.

O técnico da seleção de vôlei, aliás, vai ocupar essa cadeira na ABT, mas disse que também espera melhorar seu trabalho trocando experiências com outros profissionais. Segundo ele, a academia de treinadores será um passo importante para que o Brasil cresça no esporte.

"A academia é o começo de um processo de perpetuação", disse ele. "Estamos fincando as bases para que o Brasil posso se tornar uma potência olímpica nos próximos anos."

A academia é um projeto permanente do COB e seguirá com curso mesmo após 2016. Até 2018, dois anos após os jogos do Rio de Janeiro, a ABT espera já ter formado 432 técnicos.

Carlos Arthur Nuzman
Carlos Arthur Nuzman

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