Medina está prestes a ser campeão mundial, mas antes curte seu porto seguro

Jantar no restaurante Badauê, visitar a loja que possui na avenida da praia, se deliciar com o sorvete do Rochinha e jogar pôquer e tênis de mesa com os amigos em sua casa com vista para o mar. Tudo isso sem ser perturbado.

O único lugar capaz de proporcionar isso para Gabriel Medina às vésperas da decisão do Circuito Mundial de Surfe (WCT) é Maresias. Um dos distritos mais badalados do município de São Sebastião (localizado no litoral Norte de São Paulo) é o porto seguro do atleta que luta para ser o primeiro brasileiro campeão mundial da modalidade.

A etapa decisiva, no Havaí, será realizada a partir do dia 8 de dezembro. Gabriel só viajará para os Estados Unidos no próximo dia 20. Até lá quer curtir a vida e se preparar bem em sua cidade natal. Nesta semana, para se manter em atividade, ele está disputando em Maresias uma etapa do WQS, a segunda divisão do circuito mundial.

"Maresias é o lugar onde renovo energias, onde moro desde sempre, um lugar onde consigo relaxar, surfar sozinho. Aqui o assédio é menor porque conheço a maioria das pessoas. Consigo ter tranquilidade", afirmou Medina, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

"Além de sair para jantar com os amigos, gosto de pegar uma praia, que é bem gostosa. Também gosto de fazer umas trilhas na Paúba, no Canto do Moreira. No fim de semana tem umas baladas", disse o surfista.

Esta estadia no Brasil após ser eliminado logo na terceira rodada da etapa de Peniche (POR), na qual poderia ter conquistado o título, é vista com bons olhos por Charles Rodrigues, padrasto e treinador de Medina.

"São quase 40 dias entre o fim da etapa em Portugal e o início no Havaí. É muito tempo para ficar focado, pode criar estresse. Ele (Medina) está recarregando a energia, curtindo com o pessoal dele. Ele está competindo sem se preocupar em ganhar. O trabalho pensando no título mundial começará apenas na segunda-feira, para ele chegar ao Havaí 100%. Agora, está a 60%", afirmou.

Quando sai com os amigos e parentes, um dos pontos favoritos de parada de Medina é o restaurante Badauê, localizado na Avenida Francisco Loup, a principal via de Maresias e onde estão concentradas quase todas as atrações do local.

Os pratos favoritos do surfista são sushi, sahsimi de salmão, pizza brotinho de mussarela e filé mignon com batatas fritas. Para beber, gosta de suco de morango com leite e guaraná.

"Quase toda semana ele vem aqui quando está em Maresias É um cara simples que gosta de coisas básicas. Quando vem com os amigos gosta de ficar em um espaço mais reservado. Enquanto ele está comendo, pedimos para ninguém incomodar, mas depois que ele terminou liberamos um pouco o acesso para quem quiser tirar uma foto. Ele não se importa", afirmou um dos garçons que trabalha no Badauê, mas não quis se identificar.

Logo ao lado do Badauê está a loja oficial de Gabriel Medina, montada em parceria com uma de suas patrocinadoras, a marca de roupas Rip Curl. No estabelecimento, estão expostos alguns troféus ganhos por Medina e uniformes utilizados em competições.

"O movimento aqui na loja aumentou bastante agora que o Medina está em alta. Muitas pessoas daqui e turistas nos visitam, recebemos também muitos pedidos pela internet", afirmou Lucélia Pires da Silva, funcionária da loja há três anos.

Entre os itens mais procurados estão as réplicas das bermudas usadas por Medina nas competições, que saem por R$ 269,90, e a réplica da prancha do surfista. Esta sai por R$ 1.200.

"Todas as pranchas que chegam, são vendidas rapidamente. Não temos nenhuma mais em estoque e estamos com diversas encomendas. Antes de o Medina se destacar não era assim", completou Lucélia.

É neste clima deu euforia pela proximidade do título mundial e de relaxamento e curtição que Medina passa seus últimos dias antes de, quem sabe, fazer história e colocar o Brasil definitivamente no topo do surfe mundial.

O repórter viajou a convite da Samsung