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'Intruso', rival pode complicar vida de Medina por honraria havaiana

Dusty Payne entrou na chave de Pipeline graças a lesão de CJ Hobgood - ASP / KC
Dusty Payne entrou na chave de Pipeline graças a lesão de CJ Hobgood Imagem: ASP / KC

Do UOL, em São Paulo

15/12/2014 06h00Atualizada em 16/12/2014 08h58

De todos os adversários que Gabriel Medina poderia enfrentar na terceira rodada em Pipeline, talvez nenhum deles seja tão indigesto quanto a Dusty Payne, seu rival na sexta bateria, que ainda não tem data para acontecer. Apesar de ter sido convidado pela organização para substituir o lesionado CJ Hobgood e disputar apenas sua primeira etapa do circuito mundial (WCT) em 2014, o havaiano tem motivos de sobra para querer complicar a vida do brasileiro rumo a um inédito título mundial. 

Payne, de 25 anos, está na briga pelo título da Tríplice Coroa Havaiana, uma prestigiosa honraria concedida ao surfista com o melhor desempenho em três competições realizadas na ilha americana entre o início de novembro e o fim de dezembro. A competição paralela existe desde 1983 e só foi vencida por havaianos, americanos e australianos. Payne, aliás, ficou perto do título em 2008, mas acabou superado por Joel Parkinson.

Agora, o havaiano lidera a corrida com 11.700 pontos, três mil a mais do que o taitiano Michel Bourez, que também segue vivo em Pipeline. Payne está em uma situação tão confortável pois venceu a etapa de Haleiwa e foi segundo em Sunset Beach. Ambos os estágios não valiam pontos para o WCT. Os eventos são parte do WQS, a divisão de acesso ao circuito mundial.

E foi graças ao seu desempenho no quintal de casa que Payne estará no WCT em 2015. Os resultados ao longo das últimas semanas lhe garantiram a última das dez vagas na elite no próximo ano. Elite esta da qual o havaiano saiu em 2013. Afetado por uma lesão no ligamento colateral medial do joelho, não conseguiu competir  em quatro etapas e acabou rebaixado.

O sério problema no joelho o acometeu pela primeira vez durante um teste de pranchas para o Aberto dos Estados Unidos de 2012. Em 2013, se machucou na África do Sul e voltou às pressas para a Califórnia, onde teve de operar o joelho.

“Estou muito feliz por estar saudável novamente e fazer o que mais gosto que é surfar. Meus últimos resultados me dão muito ânimo para o que virá pela frente na próxima temporada”, afirmou Payne, após ficar com o vice-campeonato em Sunset Beach.

Tido como um dos surfistas mais talentosos de sua geração pelos especialistas, Payne nunca conseguiu brilhar no WCT. Ele jamais alcançou as quartas de final em um evento deste porte.

Payne previu um título de brasileiro

Em 2012, em entrevista ao site Surf Transworld, Dusty Payne foi questionado sobre o aumento constante de surfistas brasileiros no WCT e apostou que em pouco tempo um atleta do país seria campeão mundial.

“Os brasileiros estão arrebentando. Eles são lutadores, eles nunca desistem. Eles estão mandando bem e capricham nos aéreos. Penso que estarão na elite por um bom tempo. Vi Gabriel Medina e fiquei impressionado. Certamente um dia teremos um brasileiro campeão do mundo. É apenas uma questão de tempo. Eles precisam apenas se adaptar ao estilo de surfar no Taiti, Fiji e Havaí”, afirmou Payne.