Morte de surfista brasileiro praticando ioga choca amigos e familiares

Fillipe Fairich, um surfista brasileiro amador, morreu na última sexta-feira em Belize enquanto praticava ioga em sua casa no país da América Central. O capixaba de 26 anos sofreu uma fratura no pescoço e foi encontrado horas depois pela esposa. A morte ainda causa estranheza e comoção em seus amigos e familiares, que só receberam a notícia do trágico acidente no sábado.

"Estamos muito abalados. Ainda não conseguimos acreditar como isso pode ter acontecido com ele. O Fillipe praticava ioga há três anos e nunca havia tido nenhum problema de saúde, nem nada. Nunca ficou internado em um hospital na sua vida. Estamos chocados. Como poderíamos imaginar que isso iria acontecer?" disse ao UOL Esporte Carhol Fairich, irmã do ex-surfista.

"Os amigos dele aqui no Rio de Janeiro estão chocados, ainda não conseguimos acreditar. Está todo mundo achando muito estranha esta história. Sabíamos que ele praticava ioga há algum tempo e não era leigo no assunto", afirmou Fábio Andrade, amigo de Fillipe e professor do projeto Surf Rio.

Foi neste projeto desenvolvido na Praia do Arpoador que Fábio e Fillipe fortaleceram a amizade. O surfista morto, inclusive, chegou a dar aulas entre os anos de 2012 e 2013.

"Ele sempre foi um cara supersaudável, que acordava cedo, não tinha vícios, surfava todos os dias", completa Fábio.

Com a morte confirmada e a perícia já realizada pelas autoridades de Belize, a família de Fillipe, que vive na cidade de Vila Velha (ES), espera agora pela chegada do corpo ao Brasil para poder fazer o velório e o sepultamento. A esposa do ex-surfista está cuidando de todos os trâmites com a Embaixada do Brasil em Belmopan, capital do país centro-americano.

"Não temos ideia de quando o corpo chegará, mas queremos fazer esta despedida para ele", disse Carhol.

Fillipe era casado com uma americana que conheceu no Brasil e vivia em Belize há cerca de um ano. Ele competiu poucas vezes em competições profissionais e praticava o surfe por lazer.

Professoras de ioga estranham morte de surfista

O acidente fatal de Fillipe causou estranheza a professoras de ioga procuradas pelo UOL Esporte. A ocorrência de lesões na prática do esporte é tido como algo muito raro pelos especialistas.

"Eu nunca vi ninguém com um acidente fatal praticando yoga. É a primeira vez. Eu dou aula há dez anos e só tive um aluno que teve lesão. Foi na coluna, e o médico disse que não foi o ioga. A prática só acelerou. É muito difícil dizer que determinada postura tenha causado uma fratura. Quando você vai fazer ioga, se está numa postura errada, o corpo cai", disse Wal Nunes, professora do estúdio Yoga Integral de São Paulo.

"A pessoa que o encontrou, diz que ele estava praticando ioga. Pode ser que nem estivesse. Nós, na área, desconhecemos lesões mais sérias e morte praticando ioga. Mas é importante ressaltar que qualquer exercício deve ser feita na presença de um profissional e com orientação adequada. Dessa forma, o exercício é aplicado com segurança. Se a pessoa tem acompanhamento, ao fazer uma posição que possa ocasionar lesões, ela estaria preparada para essa posição. Mas nós não sabemos se ele tinha orientação anterior. Sabemos que ele estava sozinho, e isso não se deve fazer", disse Elisabete Ferraz, professora de ioga no São Francisco Sailling Club

Para ambas as especialistas, o que aconteceu foi uma fatalidade.

"Estamos falando de uma pessoa que tem consciência corporal. Para ele ter fraturado, ele deve ter tido um acidente", disse Wal.

"Ele era um praticante de um esporte até mais arriscado, como skate e surfe. Ele corria riscos o tempo todo, e provavelmente tinha uma prática anterior. Isso nos leva a crer que tenha ocorrido um acidente", ratificou Elisabete.