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'Azarão'? Medina estreia com vitória e pode surpreender na Austrália

Gabriel Medina surfa com status de "azarão" em Bells Beach. Mas estreou bem e pode atingir melhor colocação na história da etapa - Kelly Cestari/EFE
Gabriel Medina surfa com status de "azarão" em Bells Beach. Mas estreou bem e pode atingir melhor colocação na história da etapa Imagem: Kelly Cestari/EFE

Do UOL, em São Paulo

01/04/2015 06h00

Após sagrar-se o primeiro brasileiro campeão mundial de surfe, Gabriel Medina não começou bem a temporada. Caiu na 3ª fase na abertura da Liga Mundial (WSL) após ser penalizado por interferência e ainda recebeu uma multa por exagerar no tom de sua entrevista após a eliminação polêmica. Enquanto isso, ele viu os brasileiros Filipe Toledo, Adriano de Souza e Miguel Pupo surfarem bem em Gold Coast e despontarem no ranking mundial em 2015.

Mas a estreia com vitória em Bells Beach mostrou por que Medina tem chance de se redimir do desempenho aquém do esperado em Gold Coast e surpreender em Bells Beach. Mesmo enfrentando algumas adversidades, o brasileiro bateu os rivais na bateria de estreia e pulou direto para a 3ª fase.

Em quatro oportunidades na etapa, Medina jamais conseguiu se aproximar das fases decisivas. Seu melhor resultado até hoje foi a 13ª colocação. Com retrospecto ruim na praia, o brasileiro não aparece entre os favoritos nas previsões feitas pelo próprio treinador e padrasto.

"Bells Beach é a onda que o Gabriel menos gosta no circuito. A leitura da onda é complicada. É uma direita difícil para quem surfa de backside (com o pé direito na frente). A pressão sobre ele diminui. O Gabriel não está entre os favoritos dessa etapa. E ele costuma funcionar quando o põem como azarão", afirmou Charles Serrano ao jornal O Globo, poucos dias antes da estreia do brasileiro.

Apesar da característica das ondas de Bells Beach não privilegiar o surfe de Medina, ele deu provas em sua estreia que pode surpreender na Austrália. Mesmo com ondas baixas e surfando de backside, Medina se mostrou maduro na escolha das ondas e soube tirar o melhor de cada uma delas. Sempre buscando ganhar velocidade em suas descidas, ele rasgou, deu cutbacks e até um 360º.

Não brilhou, é fato. Mas Medina explicou dentro do mar a teoria de seu técnico. Ele funciona melhor quando está sob menos pressão. Enquanto todos olham para os coadjuvantes brasileiros (principalmente Filipe Toledo, Miguel Pupo e Mineirinho) após Gold Coast, o atual campeão do mundo, com status de “azarão” em Bells Beach, pode surpreender.