Medina anda com segurança. "Não é por medo de crime"
Em novembro do ano passado, véspera da decisão do Mundial, Gabriel Medina participou de uma ação de marketing no Salão do Automóvel em São Paulo. Havia um único jornalista presente.
Na última semana, 80 profissionais foram credenciados para cobrir a entrevista coletiva dele em um evento de patrocinador na capital paulista. Entre os credenciados, equipes de televisão, internet, jornais e também revistas de moda e comportamento. Por que o aumento no interesse? O surfista passou a ser um campeão mundial.
O impacto em ser o melhor do mundo também é visto na estrutura dos eventos. Ao invés de uma cadeira e uma mesa, como foi em 2014, havia cerca de 50 pessoas trabalhando. O patrocinador alugou um espaço em um bairro nobre da capital paulista e montou uma decoração especial e bufê. A passagem por São Paulo também teve visita aos estúdios da Globo para uma entrevista a Jô Soares.
Ela foi seguida de tietagem em uma padaria da Vila Olímpia (zona oeste). Os garçons tiraram selfie, clientes foram conversar e ele teve de fazer pose e distribuir sorrisos. O padrasto e técnico, Charles Serrano Rodrigues, explica que Medina não está num padrão Neymar, de parar shopping center, mas já não caminha despercebido. Pior ainda se for em Maresias (SP), onde mora.
Ele conta que a família vive em um condomínio e sempre que sai da área privada para a praia o surfista precisa atender aos fãs que ficam esperando por fotos. No retorno do mar o ritual se repete. Nada que seja encarado como um problema porque Medina gosta do carinho do público. Mas ocorre que, às vezes, a situação vira aglomeração e por este motivo o campeão do mundo está andando com um segurança.
“Não é por medo de crime ou essas coisas. É para organizar quando acontecem essas coisas”, explica Charles.
As situações são tão comuns que até Sophia, a caçula de 9 anos, lembra de um episódio em Maresias. A garota relata que a família jantava e quando levantou da mesa todo mundo pulou da cadeira na mesma hora. Queriam um pouco de atenção do atleta que foi cercado por pedidos de fotos e autógrafos.
O dono do estabelecimento fica tão feliz com a presença de Medina que em algumas refeições nem manda a conta. A reputação e a exposição obtida por cozinhar para o atleta recompensam qualquer pedido do cardápio. Mas tem as ocasiões que a fama não é bem-vinda.
Foi assim em Bells Beach, Austrália, onde ocorreu a segunda etapa do circuito mundial deste ano. Uma fã ficou rodeando Medina durante a competição. Charles lembra que ela entregava cartas e em certo momento foi flagrada no corredor do hotel em que o brasileiro estava hospedado.
O assédio insistente preocupou não só a equipe do surfista como a WSL (Liga Mundial de Surfe na sigla em inglês). A entidade destacou um segurança para acompanhar o campeão do mundo.
No Brasil coisas assim não acontecem, mas por causa do apelo junto ao público Charles e Medina optaram por fazer a preparação para a etapa do Rio do circuito mundial que começa na próxima segunda-feira, em Maresias. A dupla entendeu que no local da competição ele não teria a privacidade necessária para trabalhar.
Outro fator que precisa ser administrado é o interesse dos patrocinadores e da imprensa. Em todo o período de treinos para etapa do Brasil foram separados dois dias para estes dois compromissos. Os 18 restantes são de preparação em dois períodos acompanhado do devido descanso para não sobrecarregar a parte física. Charles entende que é preciso manter o foco para as vitórias continuarem.
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