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Após praia vetada, poluição assusta surfistas em circuito mundial no RJ

Líder do WSL em 2015, Adriano de Souza é um dos surfistas preocupados com as condições de poluição do mar no Rio de Janeiro - Kelly Cestari/WSL
Líder do WSL em 2015, Adriano de Souza é um dos surfistas preocupados com as condições de poluição do mar no Rio de Janeiro Imagem: Kelly Cestari/WSL

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

11/05/2015 20h50

A falta de ondas adiou de segunda (11) para terça-feira (13) o início da etapa do WSL (circuito mundial de surfe) no Rio de Janeiro. No entanto, essa não foi a única adversidade que o ambiente carioca ofereceu aos atletas na Praia do Pepê, na Barra da Tijuca (Zona Oeste da capital fluminense). A poluição, que já havia barrado um segundo polo de competição, tem sido um fator complicador também no palco principal do evento.

“Eu reparei nisso. Realmente, a água não está da forma que é o Rio de Janeiro”, lamentou Adriano de Souza, o Mineirinho, atual líder do ranking do WSL. Longe dos microfones, outros surfistas também criticaram a condição do mar.

Segundo o jornal “O Dia”, o Inea (Instituto Estadual do Ambiente) fez 29 medições de balneabilidade da praia da Barra da Tijuca em 2015. O local foi aprovado em apenas oito ocasiões.

“Na maré baixa, a podridão escoa na praia. Dependendo da corrente, toda a porcalhada pode ir em direção a São Conrado ou seguir para a Barra”, explicou o biólogo Mário Moscatelli ao diário carioca.

A poluição no mar do Rio de Janeiro já havia tirado do WSL a praia de São Conrado. O local teria um segundo polo de competição para a etapa deste ano, mas o espaço foi vetado por causa da situação da água.

A praia de São Conrado foi submetida ao mesmo controle do Inea, e o espaço não foi aprovado em nenhuma das 29 análises de 2015. Desde 2008, o local tem condições de balneabilidade classificadas como péssimas em pelo menos metade do ano.

Brasileiros gostam das baixinhas

A discussão sobre poluição, contudo, é apenas uma sobre o ambiente da etapa carioca do WSL. Outro aspecto é o tamanho das ondas – os polos escolhidos pela organização não são conhecidos por movimentações de água de grandes proporções.

A questão é que as ondas baixas são favoráveis ao estilo dos surfistas brasileiros. “É uma onda rápida, curta, que proporciona muitas oportunidades de aéreos. Acho que por isso os surfistas daqui têm alguma vantagem no evento, sim”, disse Filipe Toledo, terceiro colocado do ranking mundial até aqui.