Medina admite medo após ataque de tubarão: "segurança mesmo não tem"
De volta ao Brasil após disputar a etapa da África do Sul, Gabriel Medina falou sobre o ataque do tubarão ao australiano Mick Fanning na etapa de Jeffreys Bay, na África do Sul, que deixou toda a comunidade do surfe assustada. O atleta admitiu ter medo de voltar a surfar e disse que é preciso melhorar a segurança nas praias do circuito mundial.
“Tem praias nas etapas que têm currículo de ataque de tubarão, dá medo. É nosso trabalho, a gente tem que ir lá, mas para falar a verdade segurança, segurança mesmo não tem. Em J-bay, o tubarão chegou do lado dele, é que não era a hora dele, mas podia ter acontecido o pior ali, ia ser muito ruim, poderia ter sido eu ou outro companheiro, é difícil”.
Medina ainda defende que a WSL melhore a segurança nas competições do surfe mundial. Ele cita várias praias que têm histórico de ataques como Margaret River, na Austrália, e algumas em Fiji e no Taiti e diz que é possível escolher mares mais seguros.
“Sim, tem jeito de melhorar, tem várias praias no mundo que não têm histórico de ataque de tubarão, tem praia que não tem tubarão e que dão ondas boas também, tem jeito, mas envolve um monte de coisa. Dá pra evitar, eu prefiro, seria ótimo para a gente”.
Mick Fanning foi atacado por um tubarão na final da etapa de Jeffreys Bay. O ataque ocorreu quando o atual campeão da etapa na África do Sul se preparava para surfar a primeira onda da final. Um tubarão se aproximou e o surfista começou a se debater na água para se livrar das mandíbulas do animal. A sirene foi acionada e o resgate agiu de maneira muito rápida.
Em poucos segundos, Fanning, que é tricampeão mundial, estava na prancha que fica na parte de trás do jet ski. Ele sofreu apenas alguns arranhões e ainda no barco explicou que pulou na tentativa de escapar do tubarão.
"Na hora eu não estava na praia, estava na praia do lado fazendo fotos. Eu recebi no celular, vi que a final tinha sido cancelada. Fiquei em choque. Quando vi as imagens, não sei como ele saiu dali, não sofreu um arranhão. A gente sabe que tem tubarao no mar, todo mundo sabe. Mas a gente nunca acredita que vai aparecer. Eu morro de medo de tubarão, todo mundo morre e não quer ver um vá frente'
Medina disse que não pretende voltar a competir no local. “Não sei, só se tiver que competir lá em uma etapa do Mundial, mas voltar agora para surfar com certeza não, eu não tenho nenhuma vontade. Quando fui embora, o mar estava perfeito, com alta ondas e eu não caí, voltei para o Brasil. Eu prefiro não arriscar, muita gente ficou muito assustada, eu não sei quando vou voltar”.
Medina relatou ainda que durante a temporada os surfistas enfrentam várias situações de riscos envolvendo tubarões. Ele lembrou a etapa de Margaret River, na Austrália, quando um tubarão ficou circulando no mar perto de onde ele competia.
“Em Margaret eu na segunda bateria eu estava competindo e apareceu um tubarão, passou muito perto a uns 2 m e eu só consegui ver a barbatana. Mas tinha muito peixe, ele ficava rodeando e atacando o peixe. Me falaram que esse tipo de tubarão não ataca, por isso fiquei mais tranquilo, mas fiquei de olho. Ainda mais em Margaret, tem uma praia do lado que tem histórico de cada vez morrer um”.
Medina descarta título mundial.
Medina descarta título em 2015
Sobre seu desempenho nas ondas, Medina não vem tendo o mesmo rendimento do ano passado. Ele começou mal a temporada com eliminações precoces e agora ocupa apenas a 15ª colocação com 16150 pontos.
O líder Adriano de Souza, o Mineirinho, tem 33200 pontos. Por isso, o atleta já descarta a conquista do título e terminar a temporada de forma tranquila para voltar forte no ano que vem.
“Tem sido bem difícil, para ser campeão tem que acontecer várias coisas, ganhar várias etapas, os caras que estão lá em cima precisam cair em algumas. Eu não estou pensando em ser campeão mundial de novo, até porque comecei o ano mau, em uma fase ruim, mas é um ano que quero ficar livre, sem pressão, quero ficar entre os dez para no ano que vem voltar no mesmo objetivo de ser campeão mundial”.
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