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Não é impossível. Veja o que Medina precisa para ser bicampeão mundial

Do UOL, em São Paulo

15/10/2015 14h48

Gabriel Medina voltou ao lugar mais alto do pódio na etapa de Aquitaine, na França. Mas o tão sonhado bicampeonato mundial ainda é muito difícil para o brasileiro, apesar de não ser impossível.

Afinal, para conseguir o feito que nem Kelly Slater atingiu (ser bicampeão pela primeira vez em dois anos seguidos), Medina precisará tirar 8.000 pontos para Mick Fanning e 7.550 para Adriano de Souza, Mineirinho, nas duas últimas etapas do Mundial.

Na conta, já estão excluídos os dois piores resultados dos surfistas na temporada, como prevê o regulamento da World Surf League (WSL). Nove etapas já fora, disputada, de um total de 11. Sem os descartes, a vantagem de Fanning é maior.

Hoje, Medina "perderia" um 25º lugar (500 pontos) e um 13º (1.750), passando de 40.650 pontos para 38.400. Já o líder deixaria de somar 3.500 pontos (em duas etapas Fanning foi o 13º colocado). Dessa forma, ele ficaria com 46.400 em vez dos atuais 49.900 (veja as duas classificações abaixo).

Se Medina, por exemplo, ganhar as duas etapas restantes, ele somará mais 20.000 pontos. O atual campeão, nesse cenário, terá de torcer para Mineirinho e Fanning chegarem no máximo às quartas de final e à semifinal -- eles irão somar, assim, 11.700 pontos (Medina tiraria 8.200 pontos dos dois e conseguiria superá-los).

Missão

E não adianta só tirar a desvantagem dos dois primeiros colocados. Como é quinto colocado, Medina ainda terá de terminar as duas etapas restantes, em Portugal e no Havaí, à frente de Owen Wright e Julian Wilson para ultrapassá-los. Com os descartes, Filipe Toledo fica à frente de Medina, com 800 pontos a mais.

A missão que parece quase impossível aconteceu em três das nove etapas deste ano. Apenas em três competições de 2015 tanto Mineirinho quanto Fanning ficaram atrás da quinta posição.

O melhor cenário para Medina seria repetir o que aconteceu no Taiti nas duas etapas decisivas. Naquela ocasião, Jeremy Flores foi o campeão com o brasileiro na segunda colocação. Só que tanto Mineirinho como Fanning caíram na terceira rodada, situação que fez o atual campeão do mundo tirar 6.250 pontos de vantagem dos rivais.

O maior problema é o histórico. Em 2014, Fanning saiu de Portugal como o campeão da etapa e Mineirinho foi até as quartas de final. Já Medina foi eliminado na terceira rodada.

Já na etapa do Havaí, em Pipeline, Medina foi melhor que os dois rivais. Ele só foi derrotado na final por Julian Wilson, que ameaça seu título nesta temporada, mesmo após tirar uma nota 10.

O brasileiro caiu no mar já sabendo que era campeão, pois Fanning havia perdido na quinta rodada. Na ocasião, Mineirinho ficou fora da disputa por lesão, o que dá ao surfista somente 500 pontos.

Confira a classificação sem os descartes:

Mick Fanning (AUS): 49.900
Adriano de Souza (BRA): 49.450
Owen Wright (AUS): 43.600
Julian Wilson (AUS): 41.450
Gabriel Medina (BRA): 40.650
Filipe Toledo (BRA): 40.200
Kelly Slater (EUA): 34.150
Ìtalo Ferreira (BRA): 34.100

Confira a classificação com os dois descartes:

Mick Fanning (AUS): 46.400
Adriano de Souza (BRA): 45.950
Owen Wright (AUS): 40.100
Julian Wilson (AUS): 39.200
Filipe Toledo (BRA): 39.200
Gabriel Medina (BRA): 38.400
Ìtalo Ferreira (BRA): 31.850
Kelly Slater (EUA): 30,650
 

Quanto cada posição vale de pontos no Mundial:

1º lugar - 10.000 pontos
2º lugar (cair na final) - 8.000 pontos
3º lugar (cair na semi) -  6.500 pontos
5º lugar (cair nas quartas) - 5.200 pontos
9º lugar (cair na quinta rodada) - 4.000 pontos
13º lugar (cair na terceira rodada) - 1.750 pontos
25º lugar (cair na primeira rodada) - 500 pontos
Lesionado - 500 pontos