'Brazilian Storm' faz EUA e Austrália terem novo rival de respeito no surfe
Desde o começo da ASP (hoje WSL), Austrália e Estados Unidos sempre mediram forças para ver quem realmente mandava no surfe mundial. Não fosse o já falecido havaiano Andy Irons, tricampeão entre 2002 e 2004, os dois países nunca teriam ficado dois anos seguidos sem ao menos um título entre os dois. (Vale lembrar que o Havaí é considerado uma nação à parte no mundo do surfe).
Mas com o bicampeonato brasileiro conquistado nesta quinta-feira (17) por Adriano de Souza, o Mineirinho, o Brasil colocou um ponto final na sequência hegemônica dos australianos e americanos.
Desde que a Association Professional Surfers (ASP) passou a organizar o Mundial, a partir de 1983, Austrália e Estados Unidos sempre fizeram um campeonato à parte. Antes da chegada de Andy Irons, foram raros os torneios que não tiveram um destes países como campeão: Martin Potter (Reino Unido), em 1989, Derek Ho (Havaí), em 1993, e Sunny Garcia (Havaí), em 2000.
Os Estados Unidos começaram a disparar na frente depois que Kelly Slater entrou em cena. Campeão de 11 Mundiais, ele ajudou o seu país a chegar a 14 títulos no surfe. A Austrália soma dez, sendo Mick Fanning o maior vencedor, com três. Isso sem contar a época da IPS (International Professional Surfers), entidade que organizou o Mundial entre 1976 e 1982.
Na era moderna do circuito mundial, os outros países eram meros coadjuvantes, até que o havaiano Andy Irons chegou para vencer três títulos seguidos. Porém, após a sua morte, em 2010, Austrália e Estados Unidos voltaram a dominar os campeonatos. Kelly venceu em 2010 e 2011, enquanto Joel Parkinson (AUS) levou a melhor em 2012 e Mick Fanning garantiu o caneco em 2013.
Foi então que surgiu a “Brazilian Storm”, termo cunhado para descrever a geração de jovens e talentosos surfistas brasileiro que invadiu o circuito mundial. E, em 2014, Gabriel Medina, 21 anos, deu ao Brasil o primeiro título de surfe mundial (ficou em terceiro este ano). Agora, foi a vez de Mineirinho, 28, levantar o caneco, levando o Brasil ao segundo título seguido. Filipe Toledo, o Filipinho, 20 anos, ficou em quarto.
E este não foi o único tabu quebrado pelos brasileiros nesta etapa de Pipeline. Pelo contrário. Ao longo da etapa no Havaí, outras conquistas inéditas foram colocadas na conta do país verde e amarelo. Entre elas, o próprio título de Pipe Masters, vencido por Mineirinho. Já Gabriel Medina ficou com o cobiçado e lendário Triple Crown, série de três eventos que acontece no Havaí.
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