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Brasil precisa acreditar mais em seus atletas, cobra Mineirinho após título

Adriano de Souza chegou ao Brasil nesta terça (22) com muita festa no aeroporto de Guarulhos - Guilherme Costa/UOL Esporte
Adriano de Souza chegou ao Brasil nesta terça (22) com muita festa no aeroporto de Guarulhos Imagem: Guilherme Costa/UOL Esporte

Guilherme Costa

Do UOL, em São Paulo

22/12/2015 16h46

O Brasil vive fase de bonança no surfe. Depois do título inédito conquistado em 2014 por Gabriel Medina, 22, Adriano de Souza, 28, conhecido como Mineirinho, manteve neste ano a hegemonia do país no circuito mundial da modalidade (WSL). O tamanho do feito pôde ser medido pela recepção calorosa que ele teve ao desembarcar no aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo, nesta terça-feira (22), ou pela concorrida entrevista coletiva concedida horas mais tarde no prédio de um de seus patrocinadores. Mineirinho admitiu estar vivendo um sonho, mas aproveitou os holofotes para fazer também uma cobrança: que os brasileiros aprendam a valorizar os atletas também nos períodos de baixa.

"O Brasil precisa acreditar mais em seus atletas. Essa molecada está dando um duro danado lá fora, e seria bacana se esse reconhecimento acontecesse também na derrota. O povo tem de torcer e vibrar. Tem de surfar junto, mesmo quando as coisas não vão bem. Espero que essa seja a evolução do surfe no Brasil", disse o atual campeão mundial.

Mineirinho conquistou o Mundial na última quinta-feira (17), após ter vencido a famosa etapa de Pipeline. Ele chegou à reta final da WSL como terceiro colocado do circuito, mas contou com uma derrota de Mick Fanning para Gabriel Medina nas semifinais e chegou à disputa do título da rodada com o título assegurado.

"Eu acho que foi fundamental a vitória do Gabriel no ano passado. Mostrou um caminho. Sempre trabalhei com espelhos na minha vida. Sempre enxerguei que o melhor brasileiro era o terceiro do ranking mundial na época em que eu comecei. Em 2014 eu falei que era minha hora", comentou Mineirinho. "Principalmente pelo ano que o Fanning fez, lutar contra um cara que já foi três vezes campeão do mundo, ele era o favorito. Mas eu não baixei a cabeça e sempre acreditei que esse dia poderia chegar. O Havaí é uma consagração, mas para chegar ao Havaí com chances você tem de ser muito bom em dez provas", completou.

O título é uma coroação tardia para Mineirinho. Gabriel Medina (22 anos) e Filipe Toledo (20 anos, brasileiros que disputaram com ele a conquista da temporada, são bem mais novos.

"Eu demorei muito para aprender as coisas e continuo aprendendo, mas o que eu consegui ao longo desses anos foi suficiente para ser campeão em 2015. Espero agora medir forças com essa molecada e com quem está puxando o carro dos veteranos, que é o Kelly Slater. O cara vai fazer 44 anos no ano que vem, mas não vai nem para fazer parte. Vai para ser campeão", completou o surfista vencedor da temporada 2015.?