John John iguala ídolo havaiano e faz o que nem Slater e Medina conseguiram
John John Florence continua fazendo história no surfe. Depois de conquistar seu primeiro título mundial na temporada passada, devolvendo o Havaí ao topo do esporte, o surfista repetiu a façanha neste ano, se tornando bicampeão de maneira consecutiva da modalidade, algo que nem Kelly Slater, considerado o melhor de todos os tempos, e Gabriel Medina, seu grande rival entre os talentos da nova geração, conseguiram após seus primeiros triunfos.
No ano seguinte ao seu primeiro troféu, Medina começou em ritmo lento, mas se recuperou na parte final da temporada de 2015 e chegou ao Havaí com chances reais do bicampeonato. No entanto, acabou frustrado pelo compatriota Adriano de Souza, e ficou com a terceira posição geral.
Com Kelly Slater foi parecido. O americano, 11 vezes campeão mundial, conquistou seu primeiro título em 1992, mas não conseguiu repetir o desempenho em 1993, vencendo apenas uma etapa, em Chiba, no Japão, acabando o Mundial de Surfe daquele ano na quinta posição geral – o havaiano Derek Ho sagrou-se como o grande campeão.
Normalmente, é natural um relaxamento do surfista após seu primeiro título mundial, já que o mesmo tira um peso e pressão das costas. Mas não com John John Florence. Nesta temporada, o havaiano teve uma regularidade impressionante desde as primeiras etapas, acumulando uma vitória, quatro terceiros lugares, três quintos e duas vezes 13ª – além do resultado desta segunda-feira.
Nos passos de Andy Irons
Com a conquista consecutiva, John John iguala o feito de outros quatro surfistas que também conquistaram seus dois primeiro títulos de maneira consecutiva: os australianos Mark Richards (1979 e 80) e Tom Carroll (1983 e 84), sendo que o primeiro ainda faturou em 1981 e 1982; o norte-americano Tom Curren (1985 e 86, e depois em 1990); e o seu compatriota, o ídolo havaiano Andy Irons, que foi campeão mundial em 2002, 2003 e 2004.
Andy era o último campeão havaiano antes da primeira conquista de John John, além de ter sido um dos maiores rivais de Kelly Slater. Ele morreu em 2010 de maneira precoce, enquanto ainda estava em atividade como surfista profissional.
Caminho das pedras
John John entrou para a elite do surfe profissional, chamado de Circuito Mundial de Surfe (WCT), em 2011 e, desde então, foi tratado como um prodígio. No entanto, apesar de todo talento, demorou para se adaptar ao campeonato e chegou até a ser questionado por uma possível falta de competitividade – além de ter sido atrapalhado por algumas lesões.
Nos cinco primeiros anos, alternou entre boas e más temporadas. Em 2011, sua melhor etapa foi um quinto lugar, terminando a competição apenas na 34ª posição. Em 2012, venceu sua primeira etapa, no Rio de Janeiro, e acabou em quarto. Em 2013, após ficar duas provas fora por conta de uma lesão, acabou em décimo.
No ano seguinte, triunfou na França, e, após manter uma boa regularidade, ficou em terceiro no Mundial – sua melhor posição até o momento. Quando parecia embalar, uma nova lesão o atrapalhou em 2015, fazendo com que John John perdesse duas etapas e acabasse com a 14ª posição geral.
Em 2016, depois de tantos altos e baixos, finalmente se consagrou. Além de chegar em quatro finais – vencendo duas, Brasil e Portugal –, ainda conseguiu um terceiro lugar, três quintos e três vezes na 13ª posição, de onde saíram seus dois descartes para se tornar campeão mundial de surfe.
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