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Scooby diz que surfe é racista, homofóbico e ignora talento por preconceito

Retrato feito por video chamada do surfista Pedro Scooby - Jorge Bispo/UOL
Retrato feito por video chamada do surfista Pedro Scooby Imagem: Jorge Bispo/UOL

Do UOL, em São Paulo

07/06/2020 19h34

Pedro Scooby disse que o surfe é predominantemente um esporte racista e homofóbico. Em entrevista para o canal de Matheus Mazzafera no YouTube, publicada hoje, o surfista também declarou que jovens talentos perdem a chance de se destacar por preconceito de patrocinadores. Na mesma entrevista, ele ainda revelou ter se casado com a modelo Cintia Dicker.

"O surfe é um esporte muito homofóbico. Não tem nenhum surfista profissional gay assumido, e eu sei que existe. Os caras ficam com medo de assumir, e aí tem o preconceito dos patrocinadores, ou do próprio ciclo do surfe. [...] Tem um documentário que eu esqueci o nome, é maravilhoso e fala exatamente sobre isso: como os caras tinham medo de assumir que eram gays no mundo do surfe", declarou.

Em meio a uma onda de protestos antirracismo pelo mundo, que teve início com a morte de George Floyd nos Estados Unidos, ele também apontou que há poucos surfistas negros com patrocínios de grandes marcas.

"E até aproveitando este momento agora, o surfe também é um esporte muito racista. Entre os poucos negros que têm oportunidade no mundo do surfe, uma grande maioria não tem patrocínio. E são bem poucos mesmo."

Para exemplificar, Scooby citou o caso do irmão do surfista profissional Wiggolly Dantas.

"Na atualidade, um dos melhores surfistas da nova geração é um moleque chamado Wesley Dantas. Ele tem um talento incrível. Se ele fosse loiro de olho azul, estaria com as melhores marcas do mundo. Mas não é! Existe esse retrocesso no mundo do surfe", disse.

Para finalizar o tema, o surfista disse que algumas de suas atitudes são para tentar diminuir esse preconceito no meio em que atua. "Tem umas coisas que eu faço até para abrir um pouco a mente e ver se a galera evolui um pouco. Eu já posei com a prancha com a bandeira gay, porque gosto de bater de frente. Quero que as pessoas evoluam. Que o mundo do surfe tenha gay, hetero, bi... O que as pessoas têm de começar a ver é honestidade, caráter."