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05/01/2010 - 15h01

Daniel cai e adia entrada na lista dos 'milionários' do tênis brasileiro

Rubens Lisboa
Em São Paulo

Dinheiro é algo fundamental quando se fala sobre tênis, um esporte que envolve altas premiações, mas que também cobra caro em viagens e equipamentos para que um jogador consiga se manter entre os melhores do mundo. O gaúcho Marcos Daniel, número 87 do ranking, é um dos privilegiados quando se fala nas cifras.

OS 'MILIONÁRIOS' DO TÊNIS BRASILEIRO

Tenista Premiação
Gustavo Kuerten US$ 14.807.000
Fernando Meligeni US$ 2.558.867
André Sá US$ 1.843.203
Luiz Mattar US$ 1.493.136
Flávio Saretta US$ 1.237.904
Jaime Oncins US$ 1.215.951
Marcos Daniel US$ 994.661

Número 2 do Brasil e jogador titular nos confrontos de Copa Davis, o tenista de 31 anos chegará nesta temporada à soma de US$ 1 milhão em premiações na carreira segundo a Associação dos Tenistas Profissionais (ATP). E a meta poderia ser alcançada já na primeira semana do ano, no Aberto de São Paulo, mas Marcos Daniel acabou eliminado na estreia contra o paulista João Souza, o Feijão, por 2 sets a 0, com duplo 6-4. Com o revés, Daniel ficou nos US$ 994.661.

Se chegasse à final do challenger paulistano no Parque Villa-Lobos, Marcos Daniel somaria US$ 1.003.961, mas será a partir do Aberto da Austrália que ele tenrará se tornar o sétimo tenista brasileiro a alcançar a marca, sendo que o único em atividade além do gaúcho é o duplista mineiro André Sá, que soma US$ 1.843.203 e é o terceiro jogador mais premiado do país, atrás apenas de Gustavo Kuerten e Fernando Meligeni.

Tenistas que obtiveram resultados importantes no passado, como Carlos Alberto Kirmayr, Cássio Motta e Thomaz Koch, ficam fora da lista dos milionários, assim como Maria Esther Bueno, que mesmo tendo sido campeã em sete torneios de simples em Grand Slam, fica longe dos milhões na carreira. Isso ocorre devido ao aumento nas premiações de torneios a cada ano.

  • Rubens Chiri/Divulgação
  • Rubens Chiri/Divulgação

    Feijão, acima, passou por Marcos Daniel em SP

"A gente não pensa muito, vai indo. Seria bom se esse dinheiro estivesse todo na conta (risos), mas foi quase tudo já não é. É bacana, pelo menos da para ver que para mim foi mais demorado, tem cara que consegue rapidinho e outros que não vão chegar nem perto. É legal, um negocio que querendo ou não é fruto do teu trabalho. Com certeza teve muitas horas de suor em quadra ali, muitos anos. É gratificante. Vou tentar guardar esse dinheiro agora que eu ainda não vi a cor dele”, brinca Marcos Daniel.

Mas para Marcos Daniel o caminho para o seu primeiro milhão foi tortuoso. Com problemas físicos durante e a falta de patrocinadores durante parte da carreira, o tenista chegou a cogitar o abandono das quadras para passar a ser dono de uma frutaria, o que lhe faria demorar bem mais tempo para chegar à soma que o tênis lhe rendeu.

“Eu parei duas vezes. Uma por falta de dinheiro e a outra por uma serie de lesões. Larguei e abri uma fruteira enorme, um mercadão. Fiquei seis meses sem jogar e falei que não ia jogar mais. Abri um negocio, a princípio ia colocar uma grana com um pessoal de sócio e minha esposa estava junto também. Só que nós saímos do esquema, comecei a voltar a treinar aos pouquinhos”, lembra o tenista gaúcho.

O problema agora é tentar se preparar adequadamente para o Aberto da Austrália depois de uma derrota na estreia do Aberto de São Paulo, em quadra rápida, quando era o cabeça de chave número 1 do evento. Marcos Daniel não espera ir longe no Grand Slam da Oceania e deverá focar no saibro.

“Estou esperando um milagre para ganhar um jogo lá na quadra dura. É muito difícil, a minha parte técnica é toda para o saibro. Eu não desfruto a quadra dura. Jogo dá para jogar, mas não consigo me achar”, diz Daniel.

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