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07/01/2010 - 07h05

Ofuscado por veteranos, irmão de Andy Murray disputa o Aberto de São Paulo

Rubens Lisboa
Em São Paulo

Enquanto estrelas do passado como o argentino Gastón Gáudio e o chileno Nicolas Massu ganharam destaque da organização e do público do Aberto de São Paulo, um jogador de sobrenome famoso e com um título de Wimbledon no currículo joga partidas da chave de duplas do evento em quadras secundárias do Parque Villa-Lobos.

Aos 23 anos, Jamie Murray representa um legítimo escocês com o jeito desengonçado de se portar em quadra, mas atualmente tem a sua fama por levar consigo o sobrenome do irmão mais novo, o número 4 do ranking mundial Andy Murray. Assim como o irmão, Jamie iniciou cedo no esporte por influência de sua mãe Judy e obteve quatro títulos no circuito da ATP, nos torneios de Nottingham, Memphis e San Jose, todos ao lado do norte-americano Eric Butorac, em 2007, e de Delray Beach, conquistado com o bielo-russo Max Mirnyi em 2008.

Mas a sua principal conquista ocorreu ao lado da sérvia Jelena Jankovic, no torneio de duplas mistas de Wimbledon em 2007, quando quebrou um jejum de 20 anos sem títulos britânicos nas duplas mistas do Grand Slam inglês.

Depois de alcançar seu melhor ranking de duplas em fevereiro do ano passado, quando foi 27º, Jamie Murray não conseguiu manter o bom nível, caiu para 105º duplista da ATP e passou o ano de 2009 sem títulos. E é justamente no Aberto de São Paulo que ele tenta a recuperação jogando ao lado do também britânico Jonathan Marray. Pela primeira rodada, a dupla passou pela parceria formada pelo brasileiro Marcos Daniel e o mexicano Santiago Gonzalez e joga nesta quinta-feira, em torno das 13h, contra os chilenos Nicolas Massu e Jorge Aguilar.

"Eu estive na América do Sul algumas vezes, mas nunca no Brasil. É uma nova experiência para mim", afirma o simpático jogador, que ao final da partida de estreia no challenger paulistano filmou e fotografou com sua própria câmera os torcedores que lhe cercaram pedindo por fotos e autógrafos.

"Eu comecei a trabalhar neste ano. Eu tenho meu site e meu Facebook e faço isso para as pessoas poderem ver os lugares que eu vou e os torneios em que eu jogo e neste ano eu comecei a fazer mais", explica Jamie Murray, ainda tentando se adaptar ao calor, uma vez que saiu do inverno escocês após passar o Natal com a família.

A desistência pelas partidas simples, modalidade na qual ele conseguiu bons resultados apenas na época em que era juvenil, foi uma opção de Jamie Murray para poder seguir jogando os torneios de Grand Slam e Masters 1.000. Sua ultima partida sem parceria foi em junho de 2008, pelo qualifying do Torneio de Queen's, na Inglaterra.

Murray raramente joga ao lado de seu irmão mais novo  e famoso nos torneios. Eles atuaram juntos pela última vez no Masters de Madri em 2008. Antes, formaram a dupla britânica nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008. "Quando éramos mais novos jogávamos mais juntos, às vezes ele me ajuda a jogar em grandes torneios. Ele me ajudou em alguns Masters Series, mas eu costumo jogar com meus parceiros regulares como Max Mirnyi e Eric Butorac", explica o tenista escocês, que ao contrário de Andy, é canhoto.

Mas Jamie espera voltar a fazer parceria em família nos Jogos de Londres-2012 e não descarta tentar jogar também nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, em uma volta ao Brasil, afinal, fora do tênis há algo que ele conhece bem por aqui, o futebol. "Eu acho que há grandes jogadores no Brasil. O meu favorito era o Rivaldo na época do Barcelona, também gosto de Kaká, no Real Madrid, e do Ronaldinho", encerra Jamie Murray.

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