UOL Esporte Tênis
 
06/02/2010 - 07h00

17 anos depois, Bellucci e Feijão podem fazer uma final brasileira na ATP

Rubens Lisboa
Em São Paulo

No dia 15 de novembro de 1992, feriado comemorativo pelos 103 anos da proclamação da República do Brasil, João Souza, o Feijão, e Thomaz Bellucci, dois paulistas, tinham apenas quatro anos e não faziam ideia de que seriam tenistas profissionais anos depois. Pois foi exatamente neste dia que no Torneio de São Paulo o Brasil tinha pela última vez dois jogadores disputando a final de um torneio de nível ATP.

BRASILEIROS TENTAM FINAL EM SANTIAGO

FINAIS BRASILEIRAS EM TORNEIOS DA ATP
1987 - Torneio do Guarujá
Luiz Mattar 2 x 1 Cássio Motta, 6-3, 5-7, 6-2
Niege Dias 2 x 1 Patrícia Medrado, 6-0, 6-7, 6-4
1992 - Torneio de São Paulo
Luiz Mattar 2 x 0 Jaime Oncins, 6-1, 6-4

Os paulistas Jaime Oncins e Luiz Mattar disputaram a decisão do torneio disputado pela penúltima vez em São Paulo, repetindo o que já havia ocorrido em 1987 no ATP do Guarujá, no litoral paulista. E assim como havia feito cinco anos antes na decisão contra Cássio Motta, no mesmo evento em que a gaúcha Niege Dias foi campeã contra a baiana Patrícia Medrado, Mattar ficou com a vitória e o título ao fazer 2 sets a 0 contra Oncins, com parciais de 6-1 e 6-4.

Depois de 17 anos, Feijão e Bellucci são os tenistas que podem repetir o feito e garantir mais um título de ATP para o tênis brasileiro. Ambos disputam as semifinais do Torneio de Santiago, no Chile, e podem fazer a primeira final entre dois tenistas do Brasil jogando no exterior, melhorando definitivamente o cenário complicado desde o fim da 'Era Gustavo Kuerten'.

A última vez em que o tênis brasileiro teve a oportunidade de colocar dois representantes em uma final foi no ano passado pelo Torneio de Gstaad, na Suíça, quando o gaúcho Marcos Daniel acabou derrotado pelo alemão Andréas Beck, que foi batido por Thomaz Bellucci na final do evento.

Mais novo e em seu primeiro ATP da carreira, Feijão enfrenta o argentino Juan Monaco, número 29 do ranking mundial e segundo cabeça de chave do torneio, às 20h (de Brasília) na quadra central. Às 23h, é a vez de Thomaz Bellucci encarar o chileno Fernando González, 11º do mundo, que joga com o apoio da torcida e já venceu o brasileiro em uma ocasião, na disputa do Masters 1.000 de Xangai, na China, em 2009.

Apesar de manter o foco na partida de semifinal contra González, Bellucci afirma que não seria motivo para surpresa uma partida decisiva contra João Souza, o Feijão, a quem já enfrentou três vezes como profissional e venceu duas vezes.

"Não seria surpresa fazer uma final com o Feijão aqui. Ele está jogando muito bem e em plenas condições de vencer. Eu também estou me sentindo bem e com condições de ganhar", afirma Thomaz Bellucci.

Pelo lado de Feijão, o fato de disputar uma semifinal logo em seu primeiro torneio da ATP e na semana anterior ao Aberto do Brasil não significa satisfação. O tenista treinado por Ricardo Acioly avisa que deseja ir ainda mais longe no torneio chileno.

"Sei que tenho chance de ganhar, é só chegar preparado e dar o máximo possível e vou fazer de tudo para vencer. Não vou me contentar com a semifinal", promete Feijão. "Seria muito bom jogar com ele (Bellucci), por ser brasileiro, caso eu ganhe e ele também, seria muito bom para o tênis brasileiro",  completa o tenista, que primeiro prefere pensar na partida contra Monaco.

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