UOL Esporte Tênis
 
10/02/2010 - 12h49

Alvos da torcida, argentinos jogam em Sauipe por vizinhança e rivalidade

Roberta Nomura
Na Costa do Sauipe (BA)

A rivalidade continental faz com que os argentinos sejam constantes alvos da torcida no Aberto do Brasil. No entanto, é justamente este clima e a proximidade geográfica que atraem os hermanos, que mantém forte representação no torneio na Costa do Sauipe (BA). Os gritos nas arquibancadas, às vezes, incomodam, mas estão longe de intimidar os vizinhos. 

Em sua terceira participação na Bahia, Carlos Berlocq já eliminou dois brasileiros: Caio Zampieri, na última rodada do qualifying, e Ricardo Hocevar, na estreia da chave principal. Nas duas partidas, o argentino teve que ouvir cantos em momentos decisivos e não se importou. “Vamos quebrar” e “Não para, não para, não para” eram os gritos favoritos das arquibancadas. 

“Sinceramente, eu prefiro jogar com torcida contra. Eu gosto e o público aqui é lindo. Neste ano ainda tem bastante argentino que está assistindo aos jogos. Mas aqui, o clima é muito especial, que só tem igual em poucos torneios e na Copa Davis”, disse Berlocq ao UOL Esporte. “É muito importante ganhar de brasileiros em Sauipe, porque eles estão mais fortes por causa do público e vencer dá mais confiança”, completou. 

Atual 295 do mundo, o argentino tem outro bom motivo para retornar ao ATP brasileiro. “Tenho ótimas lembranças daqui. Eu joguei a partida de despedida do Guga. Foi um dos melhores momentos da minha carreira e que eu não esqueço jamais”, relembrou. Em 2008, Gustavo Kuerten iniciou sua turnê de despedida do tênis na Costa do Sauipe. Na ocasião, o ídolo brasileiro foi derrotado por 7-5 e 6-1, foi ovacionado e chorou. 

Juan Ignácio Chela retorna ao Aberto do Brasil após dois anos de ausência. O número 80 do ranking soma agora sua sexta participação no torneio. “Eu gosto de jogar perto de casa. O clima aqui também é muito bom. As partidas são mais à noite e o calor não é tão forte como de dia”, explicou. 

Ainda sem enfrentar brasileiros neste ano, Chela falou que não se importa com gritos dos torcedores quando está envolvido no jogo. Mas ouvir cantos vindos das arquibancadas direcionados a outra partida não o agrada. “As quadras são tão próximas uma da outra que você acaba ouvindo. A torcida estava gritando para o Massú [que eliminou o brasileiro Rogerio Dutra da Silva, o Rogerinho] e me incomodou um pouco”.

O menor número de representantes argentinos na chave de simples no ATP brasileiro foi quatro, em 2002. O recorde ocorreu em 2008, com dez participantes. Na décima edição, cinco hermanos iniciaram a disputa principal, mas apenas um chegará as quartas de final, já que os únicos classificados se enfrentam por volta das 19h (de Brasília) na quadra central. Resta saber para quem a torcida brasileira irá ‘torcer’.

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