13/03/2010 - 21h33

Meligeni vence algoz de Safin e disputa sua quarta final de veteranos

Rubens Lisboa

No Rio de Janeiro

Meligeni brinca ao som de música tema do filme "Rocky" durante partida contra Wayne Ferreira

Depois de fazer uma partida que lhe deixou descontente e que acabou vencida no sufoco, o representante brasileiro no Rio Champions, Fernando Meligeni, se classificou para a final do evento no Maracanãzinho ao derrotar o sul-africano Wayne Ferreira por 2 sets a 1, parciais de 7-5, 2-6 e 10-2.

Mesmo jogando melhor do que na partida de estreia, Meligeni não foi poupado do sufoco para derrotar Ferreira e viu o adversário crescer no segundo set, mas conseguiu se salvar no super tie-break e eliminou o algoz do russo Marat Safin no torneio de veteranos.

“No nível que vejo o jogo, foi um grande jogo. No primeiro set achei que foi muito bom, poderia estar 3-0 para mim, estava 3-0 para ele. Depois o jogo ficou bom, acabei ganhando em um detalhe ou outro, comecei a empurrar, mas quanto mais forte eu dava, melhor ele jogava. Acabei trocando a maneira de jogar no meio do jogo. Acho que essa aí é a virtude de conseguir mudar no jogo, de ter experiência, bagagem de campeonatos antigos”, analisou Meligeni.

Esta será a quinta final do brasileiro em torneios de veteranos, a primeira no Rio de Janeiro, e desta vez Meligeni tenta conquistar o primeiro título contra o australiano Mark Philippoussis, vencedor do confronto com o sueco Mats Wilander, na manhã de domingo. Em São Paulo, Meligeni perdeu finais para Sergi Bruguera e Thomas Enqvist.

“Perdi umas três finais, perdi Portugal na final, Turquia na final, São Paulo foram duas finais, já joguei dois torneios aqui e três em São Paulo. Eu não vejo muito como “ah estou na final”. Em torneios que são “invitations” (convidados) normalmente tem uma ou duas feras que vêm para vencer, vem (Pete) Sampras, (John) McEnroe, são caras que jogam acima. O Safin dessa vez acabou perdendo. Mas chegar na final às vezes é ser campeão dentro do nível da gente”, comenta Fernando Meligeni.

A preferência do brasileiro na final seria por enfrentar Mats Wilander, já que Mark Philippoussis está melhor fisicamente e já se prepara para voltar ao circuito profissional.

“Contra o (Stefan) Edberg eu perdi em Portugal no ano passado, o que você vai fazer? Milagre eu não faço, eu posso enrolar. O Philippoussis é a mesma coisa, você conversa com o cara e dá claramente que está treinando mais dois, três meses para ver se esta 100% fisicamente e vai voltar a jogar circuito profissional. E um cara que quer voltar amanhã para jogar, fica difícil jogar, aí você tem que entrar no “enrolation”, ter oportunidade certa, na hora certa”, disse o blogueiro do UOL Esporte.

“Com o Wilander, aí é jogo de velho. Quem deixar a bengala em casa ganha. Aí eu vou tentar ganhar, é um jogo mais normal. Eu vou para ganhar, feliz da vida, com muita vontade de ganhar. Com um você joga a mercê e o outro você dita as regras. O Wilander joga o tênis que eu jogo e o outro é uma besta humana com uma basuca na mão. Você abaixa, bota o capacete e espera o cara não sacar em você, porque se sacar é nocaute”, completou Meligeni.

Confronto entre Meligeni e Safin acaba realizado no Pro-Am

Quando saiu o sorteio dos confrontos do Rio Champions, ficou a certeza de que caso Fernando Meligeni derrotasse o sueco Mikael Pernfors e Marat Safin conquistasse a vitória contra Wayne Ferreira, a disputa da semifinal neste sábado seria entre o anfitrião Meligeni e a principal atração, Safin.

Mas o confronto acabou ocorrendo apenas no Pro-Am, evento que reúne tenistas profissionais e amadores. E a disputa entre Fernando Meligeni e o russo Marat Safin acabou ocorrendo nas duplas do evento, formadas com empresários e a vitória foi do anfitrião.

“Eu ganhei. Eu ganhei dele e sou melhor que ele. Mas não vou falar que o meu parceiro era melhor que o dele. E também o parceiro dele era o chefe do meu, então eu ganhei o título e meu parceiro perdeu o emprego”, brincou Meligeni ao comentar a partida contra Safin.

*Atualizado às 21h57