15/03/2010 - 07h00

Meligeni dispara críticas contra dirigentes da CBT e pede transparência

Rubens Lisboa

No Rio de Janeiro

Fernando Meligeni superou Mark Philippoussis na decisão e ficou com o título do Rio Champions

A felicidade pelo título conquistado no Rio Champions não tirou do ex-tenista profissional brasileiro Fernando Meligeni a sinceridade na hora de comentar a atual situação do tênis nacional. Meligeni fez críticas à gestão de Jorge Lacerda como presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT) e prometeu não sossegar enquanto a administração não se mostrar clara.

Um dos responsáveis pelo movimento para tirar Nelson Nastás do comando da principal entidade da modalidade o país, ao lado de outros tenistas como Gustavo Kuerten e André Sá, além da ajuda do trabalho do próprio Jorge Lacerda no Movimento Tênis Brasil, em 2004, Meligeni não perdoou o mandatário Lacerda e o coordenador da CBT, o espanhol Emilio Sánchez.

“A coisa que mais me entristece não é o trabalho, é a gente não conseguir saber quanto tem, para onde está indo e não estou falando realmente em nenhum momento, eu acredito piamente no Jorge, que seja um novo Nelson Nastás. O que eu não consigo aceitar, e ele pode estar sentado aqui do meu lado, é que a plataforma política dele foi falar quanto tem, colocar em um site e dizer para onde está indo. E assim que a gente apoiou ele”, afirmou Meligeni.

O medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo-2003 e ex-número 25 do ranking mundial mostrou dúvidas quanto ao trabalho e o que é pago ao coordenador Emilio Sánchez, que vive na Espanha e faz visitas esporádicas ao Brasil.

“Quanto ganha o Emilio? Quanto que está se dando para juvenil e para profissional? Quanto se tem dos Correios, quanto se tem do COB? Porque se tiver R$ 600 mil, como estão dizendo, é péssimo o trabalho dele. Se ele tiver R$ 200 mil, é ruim. E se ele tiver R$ 50 mil, é bom. O que ele vai fazer com 500 mil por mês? Eu falei para o Emilio no Aberto do Brasil falar quanto está ganhando. E o Emilio perguntou se eu queria que ele mandasse um e-mail. Não, é para todo mundo, é dinheiro publico”, completou o blogueiro do UOL Esporte.

Em tais circunstâncias, Fernando Meligeni enfatizou que devido ao que o Brasil faz pelo esporte de raquetes, os melhores jogadores do país são os únicos que têm méritos por seus resultados ao lado de pai e treinador, como nos casos de Thomaz Bellucci e o juvenil Tiago Fernandes. “A gente tem muita sorte, os dirigentes do tênis tem muita sorte. Aparece Guga, Jaime, Mattar, Meligeni, agora está aparecendo o Bellucci que ninguém sabe. Agora apareceu um cara q ganhou um grand slam e ninguém merece esse grand slam. Quem merece é o pai dele, o Larri e mais ninguém”, completou.

Fernando Meligeni também se manifestou contra a ajuda que a CBT dá aos seus principais tenistas, em vez de utilizar o dinheiro para investir na base do tênis nacional.

“Eu acho que, com todo o respeito, não tem que dar dinheiro ao Thomaz (Bellucci), ao André (Sá), que é meu irmão, Marcos Daniel, Thiago Alves. Pô, o cara tem 28 anos de idade, está ganhando dinheiro, tem cara que já ganhou mais de um milhão em prêmios. Para que você vai dar US$ 10 mil todo ano? Da para um moleque!”, disse Meligeni.

Para finalizar, Fernando Meligeni prometeu não poupar os dirigentes da CBT por meio de seu blog no UOL Esporte. O ex-tenista afirmou ter a certeza de que receberá ligações da Espanha (país de Emilio Sánchez) e de Jorge Lacerda nesta segunda-feira.

“Quando ele (Jorge Lacerda) veio pedir apoio para mim, eu falei: ‘Você pode ter o melhor amigo do seu lado e você pode ter um rotweiller totalmente desmiolado’. E ele está começando a ter um rotweiller do lado dele. Se ele não abrir as contas, eu vou meter porrada todo dia no meu blog, porque esse é o dinheiro do publico”, completou.