UOL Esporte Tênis
 
24/03/2010 - 07h00

"Grand Slam latino", Masters de Miami tem clima favorável para brasileiros

Rubens Lisboa
Em São Paulo

Disputado desde 1985, o Matsers 1.000 de Miami, nos Estados Unidos, é considerado o "Grand Slam latino" do circuito mundial. O apelido tem justificativa, contando com o clima do torneio, a participação dos torcedores em sua maioria latino-americanos e a presença maciça dos tenistas da América do Sul, que neste ano novamente tem brasileiros entre seus representantes.

Atual melhor classificado entre os brasileiros no ranking mundial, Thomaz Bellucci é um dos 18 jogadores do país na história do torneio norte-americano, que apesar de ser em quadra de cimento sempre reuniu tenistas do país com exceção de 2006, quando Gustavo Kuerten estava lesionado e os outros brasileiros não entraram na chave principal.

Com a experiência de ter jogado oito das 25 edições de Miami, Fernando Meligeni explica o que torna o evento especial para os tenistas brasileiros, que estiveram desde a primeira edição em 1985, com Cássio Motta e João Soares.

"Miami é onde os jogadores acabam mais unidos. A gente se juntava todo ano para comer em uma churrascaria lá de Miami dias antes dos jogos. Todos os brasileiros se juntavam, na minha época era Guga, (André) Sá, (Alexandre) Simoni, Jaiminho (Oncins), Pardal (Ricardo Acioly) e Larri (Passos). A gente fazia uma mesa gigantesca convivia muito entre nós mesmos. Eu sempre gostei muito de jogar lá, mesmo não tendo jogado tão bem, fiz no máximo terceira rodada (em 2000), mas sempre curti", lembra Fernando Meligeni.

MELIGENI REVELA "SEGREDO" DE MELLO

"Que legal o resultado do Ricardo Mello. Depois de passar o quali e vencer uma rodada em Indian Wells ele voltou a aprontar em Miami. Desde que casou, não perde mais"

Pelo segundo ano consecutivo, Bellucci, Marcos Daniel e Ricardo Mello são os representantes do país na chave. Mas a atração pelo torneio também levou os brasileiros João Souza, Júlio Silva e Thiago Alves a tentarem vaga pelo qualificatório, o que apenas Mello obteve entre os jogadores do Brasil, enquanto Marcos Daniel perdeu, mas foi salvo pelas desistências de Gael Monfils e Carlos Moyá. A última vez que o Brasil teve três representantes foi em 2004, com Guga e Flávio Saretta, além do próprio Ricardo Mello.

Mesmo sendo em sua maioria jogadores de saibro, os sul-americanos costumam fazer boas campanhas em Miami. O chileno Marcelo Rios foi o único a ser campeão, em 1998, mas a América do Sul teve outros quatro vices, sendo três dos argentinos Alberto Mancini (1992), Guillermo Coria (2004) e Guillermo Cañas (2007), além do brasileiro Gustavo Kuerten em 2000.

Marcos Daniel e Ricardo Mello já conhecem seus adversários e tiveram sorte na definição dos adversários. O gaúcho que entrou como lucky looser vai enfrentar o qualifier colombiano Santiago Giraldo, contra quem tem oito vitórias em nove confrontos disputados. Já Ricardo Mello terá pela frente o sul-africano Kevin Anderson, também vindo do qualificatório, em duelo inédito.

Desta vez, Bellucci entra em sua melhor condição, sendo o cabeça de chave número 27 do torneio, o que já lhe coloca direto na segunda rodada. Mas os cruzamentos do principal tenista brasileiro na atualidade são difíceis, com a possibilidade de enfrentar o norte-americano James Blake já na segunda rodada e o sérvio Novak Djokovic na terceira. Para o ex-tenista brasileiro Fernando Meligeni, enfrentar jogadores de tal dificuldade pode ajudar Bellucci.

"Eu sempre tenho muita expectativa a respeito do Thomaz. Ele é o cara que tenisticamente joga muito bem. Ainda falta um pouco nos jogos mais importantes e torneios importantes. O primeiro grande jogador que ele ganhar, aí segure o homem. Pode ocorrer ganhando de um Blake e um Djokovic nesta semana ou pode demorar um pouco. Para mim ele vai chegar neste nível", afirma o blogueiro do UOL Esporte.

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