UOL Esporte Tênis
 
07/04/2010 - 07h00

Após troca de farpas, CBT tem contas aprovadas e faz divulgação em site

Rubens Lisboa
Em São Paulo

Depois de reclamações sobre transparência feitas pelo ex-tenista Fernando Meligeni após a conquista do Rio Champions sobre a gestão da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), principalmente pela então falta de números declarados no site da entidade, os dirigentes do tênis brasileiro enfim publicaram as contas na página oficial da CBT.

Mas o custo para a resolução do problema causou atrito entre Meligeni e o presidente da CBT, Jorge Lacerda, que rebateu as cobranças por uma promessa de campanha sua para assumir o cargo no lugar de Nelson Nastás, marcada por escândalos e acusações.

Para Lacerda, Meligeni deu tais declarações no Rio de Janeiro por indicação de Nelson Aerts, dono da promotora responsável pelo evento, a TrySports. O motivo seria pelo fato de que Aerts queria atrapalhar a assembleia em que as contas acabaram aprovadas ainda em represália após sua saída da CBT, em que era parceiro na primeira gestão do atual presidente.

“Toda essa movimentação é política com o objetivo de atrapalhar a assembleia, a comando da promotora do evento que ele (Fernando Meligeni) jogou, que era a pessoa que queria estar no controle da confederação. O Nelson Aerts mesmo falou que falta gestão, só faltou dizer que ele deveria estar na gestão. A psicologia explica quando a pessoa se entrega”, disse Lacerda após o evento.

O presidente da CBT não moderou suas críticas, chegando até mesmo a comparar o ex-tenista gaúcho e dono da promotora ao ex-mandatário da Confederação, Nelson Nastás, contra quem ambos fizeram campanha para afastar do cargo.“Nelson Aerts é parecido com o Nelson Nastás. Em termos de administração os dois são parecidos”, afirmou Jorge Lacerda.

DECLARAÇÃO DE FERNANDO MELIGENI

"Se você está há quatro anos no poder e a gente tirou uma pessoa com tantos problemas, porque a pessoa indicada pelos jogadores não vai colocar? É uma contradição. A única coisa que falei é que tem de colocar contas no site. Ele bateu e depois colocou"

Procurado pelo UOL Esporte, Aerts disse não saber o motivo de seu nome ter sido citado e preferiu não dar declarações sobre o caso. Fernando Meligeni respondeu às críticas do presidente da CBT.

“A coisa era simples. O problema com quem ele tem não é meu. Se minha declaração foi de um torneio feito por ele, foi ocasião. Respondi a uma pergunta foi feita por um repórter. As pessoas me conhecem, o Jorge me conhece. Não vou puxar para lá e para cá. A única coisa que eu falei está gravada, para mim já até acabou isso”, afirmou Meligeni.

Para o ex-número 25 do ranking mundial, as reclamações surtiram o esperado efeito com a publicação das contas da CBT no site oficial da entidade, o que era cobrado na gestão anterior e prometido pelo então novo presidente Jorge Lacerda. “Eu gostaria que as promessas que ele fez como plataforma acontecessem. Foi a coisa que mais se bateu. Se você está há quatro anos no poder e a gente tirou uma pessoa com tantos problemas, porque a pessoa que foi colocada pelos jogadores não vai colocar? É uma contradição. A única coisa que falei é que tem de colocar as contas no site. Ele bateu e depois colocou”, completou Fernando Meligeni.

As contas da entidade foram aprovadas com 24 votos a favor e dois contra em assembleia realizada no último dia 27 de março e em seguida os números passaram a ser exibidos no site oficial da entidade. Lacerda justificou que a publicação não ocorreu antes devido à data da assembleia e também pelo fato de a contabilidade da Confederação ser feita fora da entidade até os últimos meses.

“É complicado, a gente assumiu uma confederação com 5 milhões de dividas, não tinha condições de fazer nada. A reclamação deles é muito piegas perto da realidade do tênis. Então na hora de botar no site eu sou o melhor presidente do mundo?. Não estou dizendo que está perfeito. Dentro da nossa realidade estamos trabalhando, eu posso dizer com certeza que está melhor do que esteve. Não precisava ter ido cobrar. Espera até a assembléia, esperou seis anos, não pode esperar mais 15 dias? Eles queriam estar aqui hoje com esse dinheiro”, finalizou Jorge Lacerda.

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