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AFP PHOTO / Suzanne Plunkett / POOL

Último feito marcante dos EUA no tênis foi o recorde de partida mais longa de Isner

18/08/2010 - 07h00

Às vésperas de seu Grand Slam, EUA ficam fora do top 10 e buscam renovação

Rubens Lisboa
Em São Paulo

Dominantes no tênis há décadas com o topo do ranking da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP), títulos de Grand Slam e donos gerações que marcaram a história do esporte, os Estados Unidos estão em alerta para um momento de baixa na modalidade. Às vésperas do Aberto dos EUA, último Grand Slam do ano, o país não tem pela segunda semana seguida um representante no top 10 do ranking masculino, algo que não ocorria desde 1973, quando foi criada a lista.

DOMÍNIO DOS EUA PAROU NO TEMPO

  • Fabian Bimmer/AP

    Geração dos anos 90 teve domínio norte-americano com Pete Sampras e Andre Agassi, além de outros campeões como Jim Courier e Michael Chang

  • Jeff Zelevansky/Reuters

    Jimmy Connors e John McEnroe lideraram o tênis mundial nas décadas de 70 e 80 com topo do ranking e várias conquistas de Grand Slam

  • Christophe Ena/AP

    Irmãs norte-americanas Serena e Venus Williams dominam tênis feminino, mas já se aproximam dos 30 anos e não têm substitutas em curto prazo

Mas a preocupação do tênis norte-americano vai muito além da perda de posições de Andy Roddick, que caiu para o 13º lugar do ranking mundial. Mesmo liderando o ranking feminino com a dominante Serena Williams e tendo a melhor dupla masculina da atualidade, com os gêmeos Bob e Mike Bryan, os EUA perceberam que as suas gerações intermediárias são abaixo das que brilharam nas décadas de 70, 80 e 90.

O país que já teve gerações com Arthur Ashe, Jimmy Connors, John McEnroe, Jim Courier, André Agassi, Pete Sampras e Michael Chang, hoje vê seus principais jogadores já com a idade avançada e a possibilidade de perder terreno.

Na ATP, os EUA têm atualmente apenas seis tenistas no top 100, sendo que Andy Roddick é o 13º prestes a completar 28 anos, enquanto o 19º do mundo, John Isner, tem 25 anos e seu maior feito é ter disputado a partida mais longa da história em Wimbledon. Mais novo da lista, Sam Querrey completa 23 neste ano e ocupa a 21ª colocação, enquanto os veteranos Mardy Fish (36º), Michael Russell (79º) e Taylor Dent (83º) já estão perto de encerrar a carreira.

Já no tênis feminino, que teve nomes como Chris Evert, Jennifer Capriati e Billie Jean King, tem hoje duas top 10, as irmãs Serena (1ª) e Venus Williams (5ª), mas falta renovação, com as tenistas na faixa dos 30 anos. A próxima norte-americana no ranking WTA é a novata Melanie Oudin, que tem 18 anos e ocupa a 44ª posição na lista.

O treinador brasileiro Leonardo Azevedo, que já trabalhou com Thomaz Bellucci, Flávio Saretta, Ricardo Mello e Caio Zampieri, é um dos responsáveis para tentar recuperar o tênis dos Estados Unidos. Ele foi contratado pela Associação Norte-Americana de Tênis (USTA, sigla em inglês) após ser escolhido por José Higueras para treinar os jogadores no saibro, piso na qual os jogadores do país têm dificuldades de adaptação.

“Na USTA, o fato de o Roddick estar em nono ou 11º não mudou nada, porque quando começou o projeto já estavam vendo que o panorama para o futuro não era dos mais promissores. Tem dois jovens que são Querrey e Isner, mas Roddick, Fish e Blake estão com a idade avançada. Eles sabem que são jogadores com mais dois ou três anos em alto nível e é importante fomentar a base”, explica Léo Azevedo.

Apesar da preocupação da USTA em desenvolver novos talentos devido à falta de jogadores novos no topo do ranking, o trabalho chefiado por Higueras é feito para que o resultado seja conhecido nos próximos quatro ou cinco anos para poder apresentar novamente gerações tão boas quanto as anteriores a Andy Roddick, último do país a liderar o ranking masculino e a vencer um Grand Slam com o título do Aberto dos Estados Unidos em 2003.

“Se for top 10 é melhor, mas eles já estão pensando nos próximos anos. O tênis norte-americano teve Courier, Sampras, Agassi e Chang. Antes Connors e McEnroe, foram gerações muito vencedoras e nessa última geração foi o Roddick que veio, ganhou Grand Slam e foi numero 1, não foi uma geração como as outras e acho que a partir daí começaram a desenvolver o programa. É bom ter um leque maior para crianças como ídolos. Estão querendo formar uma base com mais gente para ser numero 1 e ganhar Grand Slam”, explica o treinador brasileiro que está nos EUA há mais de um ano após indicação de espanhóis da academia de Juan Carlos Ferrero, onde trabalhou.

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