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Marcelo Ruschel/Poapress

Equipe brasileira tenta garantir retorno à elite da Copa Davis depois de sete anos

09/09/2010 - 16h17

Fator extra-quadra é a maior preocupação brasileira contra a Índia na Davis

Rubens Lisboa
Em São Paulo

Em um confronto que pode decidir a volta do Brasil à elite da Copa Davis após cinco tentativas fracassadas, o principal adversário dos tenistas brasileiros talvez não esteja dentro da quadra. Com uma boa dupla e tenistas pouco expressivos nas partidas de simples, a Índia tem a seu favor o fator casa e o ambiente que foge aos costumes dos tenistas brasileiros.

CONFIRA A EQUIPE INDIANA DA COPA DAVIS

SOMDEV DEVVARMAN
25 anos
Disputou 9 jogos pela Copa Davis
(4 vit./ 5 der.)
98º de simples
208º de duplas
Observação:
Não conquistou nenhum título ATP na carreira
ROHAN BOPANNA
30 anos
Disputou 24 jogos pela Copa Davis
(9 vit./ 15 der.)
476º de simples
33º de duplas
Observação: Conquistou títulos de duplas em Los Angeles e Johanesburgo
LEANDER PAES
37 anos
Disputou 116 jogos pela Copa Davis
(85 vit./ 31 der.)
Foi 73º de simples
sexto de duplas
Observação:
Conquistou 43 títulos de duplas na carreira e não perde nas duplas da Copa Davis desde 2002
MAHESH BHUPATHI
36 anos
Disputou 53 jogos pela Copa Davis
(33 vit./ 20 der.)
Foi 217º de simples
sétimo de duplas
Observação:
Tem 45 títulos de duplas na carreira. Com Paes não perde desde 1996.

Para tentar evitar imprevistos diante do confronto que será disputado em Chennai entre os dias 17 e 19 de setembro, a equipe brasileira embarca já na madrugada desta sexta-feira, à 1h (de Brasília) para tentar se adaptar à alimentação, ao clima e ao fuso-horário dos indianos, já que as partidas de simples serão a partir de 3h e a de duplas ocorrerá às 6h30, no horário de Brasília.

Desde que saiu do Grupo Mundial da Copa Davis ao perder a repescagem para o Canadá em 2003, o Brasil teve a oportunidade de tentar o retorno à elite contra a Suécia em 2006, contra a Áustria em 2007, Croácia em 2008 e Equador no ano passado, sendo o primeiro e o último jogados em casa.

Desta vez, o confronto é fora do Brasil e o time adversário conta com Somdev Devvarman (98º do mundo) e Rohan Bopanna (atual 476º), que neste ano jogou apenas 16 partidas de simples, e está na final de duplas do Aberto dos Estados Unidos, e a forte dupla formada por Leander Paes e Mahesh Bhupathi, que não jogam mais juntos. Mesmo com a força dos duplistas, o principal fator dos indianos deve ser fora da quadra.

“Com o Equador era muito o fator de derrotar o adversário. Lá vai ser como a gente vai lidar com a situação, o piso, o ambiente que a gente vai jogar. Isso pode interferir ou não e a gente tem que estar preparado para isso. A gente está com a equipe mais forte, nossos rankings são melhores do que o deles, mas eles estão jogando em casa, os duplistas são ídolos na Índia. Vai ter muita gente torcendo para eles, faz muito calor na Índia. As chances são as mesmas”, afirma Thomaz Bellucci, principal tenista da equipe brasileira.

O time comandado pelo capitão João Zwetsch, técnico de Bellucci, conta ainda com os duplistas Marcelo Melo e Bruno Soares, além de Ricardo Mello, jogador com experiência em confrontos de Copa Davis que esteve presente nas derrotas para Áustria e Suécia. Mello foi o único da equipe brasileira que já esteve na Índia e já adianta aos companheiros que sua impressão não foi das melhores.

“Joguei em duas oportunidades na Índia, as condições não são fáceis, você tem que tomar muito cuidado com água e com alimentação. Os costumes, a alimentação, o povo, é tudo completamente diferente do Brasil. Só na hora em que a gente pisar no aeroporto é que os que não foram vão sentir o que é. Mas temos uma semana para acostumar”, afirma Ricardo Mello, que vai jogar partidas de simples.

Em suas visitas ao país anfitrião do confronto, Ricardo Mello gostou apenas do Taj Mahal. No restante, o clima será comum para o paulista, já que ele saiu pouco do hotel do Torneio de Chennai, que será o mesmo utilizado pela equipe brasileira, assim como a estrutura das quadras.

“É um pais muito miserável, muito sujo, não me animei muito em ficar saindo do hotel ou do torneio. Dei umas voltas rápidas, mas nada além disso. Com relação a alimentação é muito importante, salada é muito difícil de comer, o tempo que passei lá fiquei mais na macarronada e na pizza, nada além disso, mas cheguei a ficar um pouco indisposto sim, mas como já fui duas vezes sei mais do que meus companheiros, já estou preparado e vou dar uns conselhos para eles”, afirma Mello.

Mesmo com todos os problemas que a equipe possa vir a enfrentar, o capitão João Zwetsch está tranquilo quanto à preparação dos tenistas brasileiros, tendo feito todo o planejamento com antecedência para evitar que os fatores do lado de fora da quadra atrapalhem

“O pessoal já esta há um bom tempo vendo essa parte, entrando em contato com o hotel, inclusive com pessoal da cozinha, o Edu Faria que é nosso preparador criou um cardápio para a semana inteira, a questão da água o Paulo [Moriguti] está tomando conta e sabe como agir quando chegar lá. Isso já vem sendo feito há mais de um mês para chegar lá o pessoal já sabe o que a gente quer”, afirma Zwetsch.

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