UOL Esporte Tênis
 
10/09/2010 - 07h00

Em alta com investidores, CBT volta à estaca zero em construção de centro

Rubens Lisboa
Em São Paulo

Uma das principais plataformas usadas por Jorge Lacerda para ser eleito presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT) em 2004, o Centro de Treinamento para o desenvolvimento da modalidade no Brasil continua sendo o maior incômodo para o dirigente que acaba de anunciar a renovação de patrocínio dos Correios além de ter agregado outros apoios de Gillette, Head, Brascourt, além do acordo com a agência de marketing esportivo Koch Tavares.

Em entrevista ao UOL Esporte publicada no dia 20 de março deste ano, o dirigente máximo do tênis brasileiro demonstrava otimismo com um terreno próximo ao Parque Villa-Lobos que é almoxarifado do metrô e seria cedido à confederação para a construção do Centro de Treinamento, mas nesta quinta-feira o dirigente afirmou que acabou havendo negativa do ex-secretário estadual do Meio Ambiente, Francisco Graziano Neto.

O projeto no Parque Villa-Lobos foi apenas mais um que acabou fracassando, após tentativas como a de fazer uso do Clube Tietê, na Zona Norte de São Paulo, que chegou a ter a sede da CBT e acabou não tendo acordo com a Secretaria de Esportes de São Paulo, na época sob a responsabilidade de Walter Feldmann.

“Você perde um pouco de credibilidade, porque sai vendendo no mercado que está certo. Acreditei na palavra dele [Francisco Graziano] de que estava pronto. Precisava resolver a saída da Odebrecht e até nisso nós nos metemos que não era nossa função, mas coincidentemente o vice-presidente gosta de tênis, só que aí mandaram a cartinha...”, afirmou o Jorge Lacerda ao UOL Esporte.

Durante a entrevista coletiva realizada na Sociedade Harmonia de Tênis para apresentação da equipe brasileira da Copa Davis, a insatisfação do presidente da CBT quanto aos problemas para conseguir um terreno na cidade de São Paulo foi notória e o dirigente já cogita procurar outras cidades próximas à capital paulista e até mesmo outros estados caso não haja resolução até o final deste ano.

“A gente está vendo o que está acontecendo em São Paulo. O Rio de janeiro está levando tudo e São Paulo não tem mais nada, dá pena pelo potencial. Tem que deixar claro que São Paulo não tem o CT porque não quer. A CBT faz o centro, só precisa do terreno. Nesse ano vamos definir onde trabalhar. Mas se não sair em São Paulo até o final do ano, vamos procurar outra cidade ou estado”, afirmou Jorge Lacerda,

Outra dificuldade na cidade de São Paulo segundo o presidente da CBT tem sido a tentativa de construir quadras públicas. Enquanto a entidade consegue fazer as quadras em outros estados com a ajuda da Brascourt, que tem de usar 10% de seu lucro para ajudar na construção de quadras públicas pelo acordo com a confederação, em São Paulo é difícil encontrar lugares com quadras disponíveis além do Parque Villa-Lobos.

“Eu que sou presidente da CBT não consigo jogar tênis em São Paulo. Eu tenho que entrar num clube que custa R$ 200 mil e não tenho dinheiro para comprar. Ou então eu tenho que alugar uma quadra em que pago R$ 150 a hora. Como você vai conseguir jogar tênis? A gente quer fazer quadra pública e não está pedindo dinheiro, queremos o terreno que está lá parado”, critica o dirigente.

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