UOL Esporte Tênis
 
25/10/2010 - 07h00

Bellucci ajuda evento de sua agência e se distancia do objetivo de ser top 20

Rafael Krieger e Rubens Lisboa
Em São Paulo

Em seu perfil no site oficial da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP), o tenista brasileiro Thomaz Bellucci deixa claro qual é o seu objetivo na temporada: entrar para o top 20 do ranking mundial em uma temporada na qual já superou ex-tenistas e ficou atrás apenas de Gustavo Kuerten em termos de ranking.

Mas a sequência de resultados decepcionantes do tenista brasileiro e a opção por jogar um challenger de São Paulo, na Sociedade Harmonia do Tênis, pelo circuito Copa Petrobras, que começa nesta segunda-feira e é organizado pela empresa que gerencia a sua carreira, a Koch Tavares, deverá comprometer o desejo de Bellucci ao final da temporada.

Enquanto ocorrem nesta semana os torneios de nível ATP 250 em Montpellier, na França, Viena, na Áustria, e São Petersburgo, na Rússia, o principal tenista brasileiro da atualidade estará jogando um torneio de nível menor, com apenas 90 pontos e tendo um título a defender.

Além disso, na sequência ele jogará apenas o Masters 1000 de Paris para encerrar sua participação neste ano, sem atuar em um ATP 500, que poderia ser na Basileia, na Suíça ou em Valência, na Espanha.

OBJETIVO DE SER TOP 20

Não está perdido. Acho que se eu fizer um bom resultado em Paris ainda há chance, mas não estou pensando muito nisso. Agora já está acabando a temporada e um objetivo desse fica mais para o ano que vem

Thomaz Bellucci, ainda acreditando no top 20, mas admitindo ser objetivo para 2011

“Foi uma opção de calendário, desde o ano passado a gente se programa para ir para São Paulo ajudar a Copa Petrobras, que é o único torneio que eu tenho possibilidade aqui. É bom para mim pela visibilidade do público, e é bom jogar em São Paulo, onde eu moro e treino. São essas coisas que fazem eu vir para cá todo ano”, explica Bellucci sobre a sua decisão de atuar no challenger.

A decisão favorece a divulgação do tênis brasileiro, já que Thomaz Bellucci será a principal estrela de um evento que ainda contará com os principais tenistas do país na atualidade e com a nova estrela do esporte no Brasil, o ex-líder do ranking mundial juvenil Tiago Fernandes. Convidado do torneio, o brasileiro faz como alguns outros tenistas de nível internacional, que ajudam na divulgação de eventos de patrocinadores mesmo eles sendo menos importantes que os torneios ATP.

Mas apesar de ajudar o evento e o esporte, para Bellucci a situação pode não ser tão benéfica, levando-se em conta que entre São Paulo e Paris há diferenças na superfície: no Brasil ele jogará no saibro e na França será no piso duro. Neste ano, o brasileiro não conseguiu vencer três partidas consecutivas em outro piso que não fosse o saibro, o que já lhe daria no máximo 45 pontos e poderia deixá-lo fora até mesmo do top 30.

Apesar da grande possibilidade de ficar aquém de seu objetivo para a temporada, Bellucci acredita que possa voltar a jogar bem em Paris após uma série de três meses em que esteve inconstante e ficou marcado negativamente pelo abandono na Copa Davis, que lhe rendeu críticas e causou uma resposta do tenista chegando a fazer críticas a ex-jogadores.

AJUDA AO TÊNIS BRASILEIRO

Fala-se muito em popularizar, em trazer o tênis para a população, e é isso que a gente está fazendo. É uma coisa positiva jogar em São Paulo, com entrada franca, onde as pessoas podem vir ver os jogos à noite

Luiz Carvalho, diretor do challenger em São Paulo, sobre o benefício que Bellucci dá ao tênis brasileiro ao jogar no evento

“Não está perdido, acho que se eu fizer um bom resultado em Paris ainda há chance, mas não estou pensando muito nisso não, agora já está acabando a temporada e um objetivo desse fica mais para o ano que vem”, se contradiz o tenista brasileiro que admite usar os dois últimos torneios de seu calendário para se preparar para 2011.

Ex-representante da ATP e agora diretor do torneio em São Paulo, Luiz Carvalho explica que a Koch Tavares não forçou Bellucci a atuar no evento e vê a possibilidade de que o tenista possa ser mais beneficiado do que prejudicado por atuar na cidade em que mora.

“A Koch Tavares não o forçou a fazer nada, foi uma decisão do agente dele [Roberto Marcher, que trabalha para a Koch Tavares] junto com o técnico e o jogador, ele não teve a oportunidade de jogar em São Paulo nenhuma vez neste ano. Fala-se muito em popularizar, em trazer o tênis para a população, e é isso que a gente está fazendo. É uma coisa positiva jogar em São Paulo, com entrada franca, onde as pessoas podem vir ver os jogos à noite”, afirma Carvalho.

“Ele gosta de jogar aqui na frente do público, acho que esse torneio pode ajudar ele, ele vem de uma fase de Copa Davis, com resultados não tão expressivos na Ásia, e quem sabe um torneiozinho desse pode ajudar a confiança dele para o resto do ano e para 2011”, completa o dirigente.

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