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Tradição francesa e estrela sérvia são colocadas à prova na final da Davis

Novak Djokovic é a estrela do confronto e Guy Forget simboliza tradição francesa - Srdjan Suki/EFE e Andrej Isakovic/AFP
Novak Djokovic é a estrela do confronto e Guy Forget simboliza tradição francesa Imagem: Srdjan Suki/EFE e Andrej Isakovic/AFP

Do UOL Esporte

Em São Paulo

02/12/2010 07h00

A tradição de um país que busca o seu décimo título após nove anos da última conquista e a presença do terceiro melhor tenista do mundo na atualidade são colocados à prova no confronto final da Copa Davis entre França e Sérvia, que ocorre a partir desta sexta-feira, às 11h (de Brasília) em Belgrado, na Sérvia.

FRANÇA

Histórico na Copa DavisNove vezes campeã: 1927, 1928, 1929, 1930, 1931, 1932, 1991, 1996 e 2001
Campanha na edição de 20104x1 Alemanha, Toulon (FRA)
5x0 Espanha, Clermont (FRA)
5x0 Argentina, Lyon (FRA)
Capitão: Guy Forget
Estreou como jogador na edição de 1984 e jogou 26 confrontos, com dois títulos nas edições de 1991 e 1996. Em 1999 se tornou capitão no lugar de Yannick Noah e conquistou o título de 2001
Gael Monfils
Ranking de simples: 12º
Davis: Estreou em 2009 e está em seu quinto confronto, tendo vencido três de quatro partidas
Gilles Simon
Ranking de simples:
42º
Davis: Estreou em 2009 e está em seu quarto confronto, tendo vencido duas de quatro partidas
Michael Llodra
Ranking:
23º simples/29º duplas
Davis: Estreou em 2002 e está em seu 20º confronto, tendo vencido 17 de suas 25 partidas
Arnaud Clement
Ranking:
78º simples/68º duplas
Davis: Estreou em 2000 e está em seu 18º confronto, tendo vencido 19 de suas 30 partidas

O atual capitão francês é Guy Forget, que esteve em quadra na conquista de 1991 e foi o responsável por vencer a partida decisiva contra o então favorito Pete Sampras na final contra os Estados Unidos. Apesar de não contar com os principais tenistas da França entre seus comandados, Forget liderou a equipe que teve apenas uma partida perdida em toda a campanha na Davis deste ano.

Apesar da campanha que passou invicta contra a então bicampeã Espanha e a Argentina, vice-campeã de 2008, a equipe francesa chega desfalcada de dois tenistas que foram importantes na campanha até a final, os lesionados Jo-Wilfried Tsonga e Julien Benneteau, que apesar de pouco expressivo já venceu Rafael Nadal, Roger Federer e Novak Djokovic na carreira.

Por outro lado, Novak Djokovic colocou pela primeira vez sua equipe em condições de disputar um título da competição por equipes. Até o ano passado, o sérvio ainda não sabia o que era vencer na Copa Davis, mas neste ano atuou em todos os confrontos e mesmo quando não estava em suas melhores condições físicas ajudou na vitória contra a República Tcheca ao bater Tomas Berdych.

A equipe da Sérvia conta com a força de sua torcida em Belgrado para levar o título, o local tem sido decisivo para os sérvios que não perdem em sua capital desde que o país ainda não havia se separado de Montenegro e enfrentou a Bélgica em 2005.

Os sérvios consideram a Arena de Belgrado como um quinto jogador da equipe no local que foi construído para sediar o Campeonato Mundial de basquete de 1994, mas acabou perdendo a sede devido ao conflito dos Bálcãs e as sanções econômicas sofridas pela então Iugoslávia.

SÉRVIA

Histórico na Copa DavisFinalista pela primeira vez: estreou em 1995 como Iugoslávia e está na elite pelo quinto ano.
Campanha na edição de 20103x2 EUA, Belgrado (SER)
4x1 Croácia, Split (CRO)
3x2 Rep. Tcheca, Belgrado (SER)
Capitão: Bogdan Obradovic
Jamais atuou como jogador na Copa Davis e estreou como capitão em 2007 com uma vitória sobre a Austrália pelo playoff.
Novak Djokovic
Ranking de simples:
Davis: Estreou em 2004 e está em seu 15º confronto, tendo vencido 19 de suas 26 partidas.
Viktor Troicki
Ranking:
30º simples/55º duplas
Davis: Estreou em 2008 e está em seu oitavo confronto, tendo vencido sete de suas 12 partidas.
Janko Tipsarevic
Ranking:
49º simples/70º duplas
Davis: Estreou em 2000 e está em seu 28º confronto, tendo vencido 32 de suas 44 partidas.
Nenad Zimonjic
Ranking de duplas:

Davis: Estreou em 1995 e está em seu 37º confronto, tendo vencido 36 de suas 52 partidas.

“Acho que será muito diferente dos confrontos anteriores na Copa Davis. Jogamos em frente ao nosso público, será uma grande atmosfera, a maior diferença é que essa é nossa primeira final. Os torcedores podem nos empurrar e transmitir energia positiva. A torcida nas arquibancadas poderá ser crucial”, afirma a principal estrela do confronto, o sérvio Novak Djokovic.

“Sempre há pressão nesse tipo de ocasião como essa quando você joga uma final e joga em casa, as pessoas adoram se você vence e você tenta não desapontá-las”, completa Djokovic, que considera a oportunidade como o maior momento da carreira e a “chance da vida” de vencer a Copa Davis em casa.

Mas se depender do histórico francês na Copa Davis, conquistar um título fora de casa não deverá ser o maior problema. A França conquistou três títulos jogando no país adversário, inclusive o último contra a Austrália em Melbourne, no ano de 2001.

E os franceses não se preocupam em serem rotulados como azarões na disputa com a Sérvia, apesar da campanha quase perfeita dos visitantes na atual edição da competição. Com especulações sobre a possibilidade de Tsonga jogar, já que o tenista estará em Belgrado, Guy Forget prefere fazer mistério sobre a escalação do time pelo maior tempo possível e também não confirma quem joga a partida de duplas.

O mais provável é que Gilles Simon seja escalado ao lado de Gael Monfils para as primeiras partidas de simples, enquanto Michael Llodra deve formar dupla com Arnaud Clement. Novak Djokovic não está preocupado com quais adversários deverá enfrentar e avisa que a condição física de Jo-Wilfried Tsonga poderia prejudicar mais do que ajudar ao time francês.

“Essas partidas são táticas. Para eles é bom que Tsonga não jogue, porque ele não está em sua melhor forma devido a uma lesão e não pode contar com o seu máximo. Por outro lado, Monfils está em forma mortal, Gasquet e Simon são grandes jogadores, e Llodra jogou a temporada de sua carreira. Os franceses têm um time diversificado, todos podem jogar simples e duplas”, finaliza Djokovic.