Exibição rendeu a Guga apoio de marketing e patrocínio antes da fama

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva causou polêmica no tênis ao aparecer em um vídeo dizendo que a modalidade era para burgueses. Certa ou errada a declaração, o tênis sempre foi um esporte caro para os competidores de alto nível e isso não foi diferente para Gustavo Kuerten, que no caminho para o número um do mundo contou com apoio financeiro e trabalho de marketing.

Pioneira em eventos esportivos, principalmente o tênis por ser o esporte de seus dois fundadores Luis Felipe Tavares e Thomaz Koch [que não faz mais parte da empresa], a Koch Tavares foi a primeira a observar Guga como um potencial no tênis e passou a trabalhar com o jogador ainda antes da fama que seria alcançada na edição de Roland Garros de 1997.

Luis Felipe Tavares, presidente da empresa que atualmente promove o Aberto do Brasil e gerencia a carreira de Thomaz Bellucci há quatro anos, lembra que o talento mostrado por Gustavo Kuerten ainda como juvenil durante uma exibição chamou sua atenção.

“Foi em uma exibição em São Paulo. O Guga era tenista júnior e se apresentou em uma das exibições. Em função do potencial que ele tinha fizemos a campanha do primeiro patrocinador, que era o Banco Real”, lembra o empresário.

O retorno rápido que teve o apoio a Gustavo Kuerten acabou prolongando a parceria por várias temporadas, contando com o ex-árbitro Paulo Carvalho como empresário do tenista em um trabalho conjunto com a agência de marketing. Em menos de um ano de parceria, Guga se consagrava em Paris vencendo Roland Garros.

“Em menos de seis meses do patrocínio do Banco Real, o Guga ganhou Roland Garros. Daí para a frente ele tinha contrato com uma empresa estrangeira de representação e eles fizeram acordo com a gente para cuidar de patrocínio do Guga no Brasil”, lembra Tavares, sobre a representação feita pela empresa do peruano Jorge Salkeld.

“Cuidamos de todas as contratações naquela época à imagem do Guga”, completa orgulhoso Luis Felipe Tavares, que com o sucesso de Gustavo Kuerten voltou a investir na realização de um torneio ATP, na Costa do Sauipe, anos após ter encerrado os eventos que antes ocorriam em Búzios, Guarujá, Rio de Janeiro e São Paulo.

O trabalho ao lado de Guga durou até o ano de 2004, quando o tenista conquistou na Costa do Sauipe o seu último título da carreira. A partir do momento em que as lesões começaram a comprometer a sequência de partidas do brasileiro, a Koch Tavares acabou deixando de trabalhar ao lado de Gustavo Kuerten, que acabou passando a ter seu irmão Rafael Kuerten cuidando de seus negócios, em um período em que o ex-número um chegou a jogar sem patrocinador de uniforme.

“O Guga deixou de jogar em 2004 e os contratos foram acabando e aí então hoje ele cuida dos próprios interesses, tem alguns contratos que continuam com ele, mas ele cuida de forma independente”, afirma Luis Felipe Tavares. “Sem dúvida a gente ficou satisfeito de também acrescentar o gerenciamento da carreira do Guga como tenista profissional”, finaliza.

Braguinha: Fã, amigo e apoiador

Outro incentivador de Guga no tênis foi Antônio Carlos de Almeida Braga, o Braguinha. O empresário que patrocinou Emerson Fittipaldi durante sua carreira como piloto e também teve uma relação de amizade com Ayrton Senna, sempre teve contato com o tênis tendo patrocinado Cássio Motta e acompanhando anualmente Roland Garros, torneio onde é dono de um camarote.

E foi justamente em Roland Garros que Guga procurou o empresário logo após conquistar o Grand Slam pela segunda vez, em 2000, quando derrotou o sueco Magnus Norman na decisão. Braguinha fez amizade com Gustavo Kuerten, hospedava o tenista brasileiro em sua casa em Portugal e premiava financeiramente o esportista a cada triunfo alcançado.