Larri aceita adotar o ''filho'' Bellucci, mas já admite treinos à distância

Ser o mentor de Gustavo Kuerten fez de Larri Passos um dos técnicos mais disputados no circuito. Antes de aceitar o desafio proposto pelo “teimoso” Thomaz Bellucci, sua rotina já envolvia o treinamento de outros jogadores, além da administração de seu instituto em Camboriú. Por isso, ele já admite que pode ter que treinar o número 1 do Brasil “à distância”.

“É como seu eu estivesse adotando mais um filho”, revelou Larri depois de uma sessão de treinos assistida pela imprensa em seu centro de treinamento. Em quadra, Bellucci suou ao lado dos outros pupilos: o veterano Marcos Daniel e os jovens Tiago Fernandes e o taiwanês Tsung-Hua Yang.

Mesmo com a quadra cheia, Larri arrumou espaço para mais um, e prometeu estar ao lado de Bellucci pelo menos em seus primeiros torneios de 2011. Gosto de buscar soluções, mas quando aparece um problema”, explicou.

“A ideia principal é arrancar em todos esses primeiros torneios com ele. Eu tenho uma equipe de treinadores forte, meus contratos não são de exclusividade com nenhum, então a gente vai adaptando”, continuou Larri.

O técnico enumerou os torneios em que deverá acompanhar Bellucci: “Auckland, Austrália, Santiago, Sauipe... Vou estar provavelmente em Acapulco, e aí vamos ver. Vai que ele me demite depois de Acapulco e eu volto para o Instituto”, brincou.

“Mas já conversamos muito sobre isso: se ele estiver em São Paulo e eu aqui na minha casa, ele me liga e em 50 minutos de voo já estou perto dele. Essa relação de técnico e jogador tem que ser bem clara, pois posso chegar pra ele e dizer que nesse fim de semana quero ficar com minhas filhas, minha esposa”, avisou Larri.

Quanto ao seu estilo de trabalho, Larri já avisou: “Se ele se comportar bem, eu libero ele no dia 24 ao meio-dia para o Natal”. Bellucci se disse pronto para se adaptar a um estilo mais rigoroso de treinamento.

“Sempre gostei do trabalho dele, sempre admirei. Ele sempre foi a minha prioridade pelo modo de trabalhar, por ser brasileiro, por ter treinado um número 1. Temos a mesma linha de raciocínio e ritmo de trabalho”, comentou Bellucci.

No entanto, o desafio de verdade foi proposto pelo próprio tenista, segundo Larri: “Ele fez pressão, foi teimoso, disse que tinha que ser eu. Ele me desafiou. Estava sobrecarregado já, mas a obstinação dele me mostrou que ele realmente estava a fim”, declarou o técnico sobre a nova empreitada.

Bellucci voltará às quadras no dia 10 de janeiro, no ATP 250 de Auckland, na Nova Zelândia. O treinador disse que não espera vida fácil, mas expôs a sua mentalidade: “Vamos mostrar o peito e enfrentar os caras. Briguei muito para colocar um cara no número 1 do mundo, e se depender de mim vamos enfrentar eles para tentar passar por cima. Não quero brincar, só gosto de brincar com as minhas filhas”.