Marcos Daniel inicia temporada ambiciosa por marca lucrativa no top 100

Embalado em títulos de challengers no final do ano passado, fato que causou brincadeira com “facts” no microblog Twitter, o experiente tenista gaúcho Marcos Daniel inicia a temporada 2011 com a ambição de se manter no top 100 até o final do ano para garantir uma aposentadoria da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) no futuro, quando o jogador de 32 anos decidir parar de jogar.

Terceiro maior vencedor de torneios challenger na história, com 14 títulos contra 16 do japonês Takao Suzuki, Marcos Daniel decidiu priorizar nesta temporada os torneios com maior pontuação no calendário da ATP e o primeiro reflexo de sua meta é a troca do Aberto de São Paulo, challenger em que ele jogou nos últimos anos, pelo Torneio ATP 250 de Chennai, na Índia, onde o brasileiro estreia nesta segunda-feira, em torno de 12h30 (de Brasília), contra o croata Ivan Dodig.

“Eu resolvi ir para Chennai porque se você ganha um jogo é praticamente uma semifinal do Aberto de São Paulo, em que nos últimos anos não joguei bem. Estou motivado”, afirma Daniel, que joga exatamente no local em que a equipe brasileira da Copa Davis perdeu para a Índia no ano passado na repescagem para o Grupo Mundial, ocasião em que ele não participou da equipe.

Mais do que a saída de São Paulo, a ida para Chennai abre uma série de decisões que deverão ser tomadas pelo tenista gaúcho ao longo da temporada. Pai de David, de 3 anos, e Maria Fernanda, de 11 meses, ele já começa a pensar no futuro e sabe que não tem muitas temporadas pela frente como jogador. Depois de ter encerrado entre os cem melhores tenistas do mundo em 2005, 2008, 2009 e 2010, Daniel tem quatro estrelas na ATP e busca a quinta para obter um feito de poucos brasileiros e a consequente ajuda financeira da entidade.

“Se eu faço a quinta estrela, tenho aposentadoria da ATP”, afirma Marcos Daniel.  “Se der para entrar em ATP, eu vou me inscrever em todos do mundo. Preciso ter pelo menos sete ou oito ATPs jogados e mais determinado ranking no final do ano que consigo a quinta estrela, é uma aposentadoria no final quando estiver mais velho”, completa o tenista, que é primo do ex-árbitro gaúcho de futebol Carlos Eugênio Simon.

A garantia de vaga na chave principal do Aberto da Austrália foi uma ajuda que Marcos Daniel precisava para buscar sua meta nesta temporada. O brasileiro que no ano passado foi acusado de agressão por uma torcedora e virou alvo de polêmica na Oceania, não pretendia disputar o qualificatório do Grand Slam em Melbourne e a chance de já entrar direto na chave também colocou Chennai e Auckland, onde jogará o quali, em seu calendário.

No final do ano passado, Marcos Daniel foi alvo de brincadeiras pelo Twitter, os chamados “Marcos Daniel Facts”, em que alguns torcedores criaram frases engraçadas lembrando que o tenista já enfrentou rivais como Rafael Nadal e Roger Federer. Bem-humorado, o gaúcho brincou ser um Chuck Norris de Passo Fundo, lembrando do ator norte-americano que é alvo desse tipo de brincadeira.

“Eu achei legal porque foi para o lado positivo. Obviamente, ficou bacana que o pessoal que colocou coisas que têm a ver. Não sou um Bellucci, mas já estou quase quatro ou cinco anos entre os cem. Sou esforçado, vou bem. Às vezes você é esforçado e não consegue entrar entre os cem. O pessoal aproveitou que eu estava em um momento bom”, afirma Marcos Daniel.

A lista de brincadeiras teve frases como “Federer e Marcos Daniel jogaram só uma vez: 7-6(7-4) e 6-4 para o suíço. Marcos Daniel estava em um dia ruim” e “Nadal não venceu Roland Garros 2009, mas certamente se lembrará como o ano que venceu Marcos Daniel”, causando risos do tenista brasileiro que não tem conta no Twitter.

“Acho que o pessoal bebeu (risos). Querendo ou não, em Roland Garros o jogo não foi ruim. Não foi uma tranqueira e com o Federer, até a raquete ele quebrou. Joguei bem para cacete. Tanto com Nadal quanto com o Federer, eu treinava umas vezes com os caras. A gente se fala até hoje, houve um certo respeito. Foram bons jogos que fiz, mas os caras que escreveram isso estão loucos”, brinca o gaúcho Marcos Daniel, que espera manter a boa fase em 2011 para que a brincadeira possa ter sequência.

“Sendo desse nível espero continuar, duro é se mudar... Desse jeito foi joia para caramba. Se o pessoal quiser escrever vamos aí, o “Chuck Norris” de Passo Fundo”, completa Daniel.