Larri Passos exalta parceria com CBT, mas avisa não ser "salvador da pátria"

Conforme o ex-número um do mundo Gustavo Kuerten já havia revelado, Larri Passos fará um trabalho ao lado do ex-tenista em conjunto com a Confederação Brasileira de Tênis (CBT) e mostra empolgação com o novo projeto visando os Jogos Olímpicos do Rio-2016, buscando exemplo da China onde já foi chamado para fazer esse trabalho, mas não aceitou. Mas o técnico avisa: “Jamais vou ser o salvador da pátria”.

Enquanto o Instituto Larri Passos é reconhecido como referência no país, o treinador pretende levar o trabalho a mais tenistas e até planeja a expansão do local para abrigar mais quadras e também um número maior de treinadores.

“Esse projeto vai começar em janeiro, não recebi ainda. A ideia é ter de 15 a 20 jogadores, ter uma coordenação minha e técnicos trabalhando junto com esses jogadores, acho que essa é uma primeira semente que nós vamos plantar”, afirma Larri.

Devido à parceria, o treinador deseja expandir a sede de seu instituto para ter uma estrutura capaz de receber o elevado número de tenistas que foi proposto pela entidade máxima do tênis nacional, presidida atualmente pelo catarinense Jorge Lacerda.

“Estou tentando fazer mais quatro quadras na minha academia, pedi apoio para o governo do estado. Fazer mais quatro quadras, pois se eu tiver mais quatro quadras duras posso aumentar o número de jogadores lá. Hoje, com sete quadras, eu não quero aumentar, não posso aumentar”, explica o gaúcho.

Apesar de agora ter ao seu lado a CBT, Larri Passos lembra que já fez um trabalho parecido sem contar com nenhum apoio, levando consigo para viajar tenistas juvenis como Tiago Fernandes, Thiago Monteiro e Bruno Semenzato, além de outros que ainda tentam despontar, como Rogério Dutra Silva, que treinou com Thomaz Bellucci nesta terça-feira.

“Isso é muito importante e nunca foi feito no Brasil, o treinador ter um cara no topo e trazer jogadores de baixo para trabalhar. Estou fazendo isso há três anos ou quatro anos já. Para treinar junto e aprender, isso é importante. Não dá para treinar por osmose, eu gosto de pegar o cara”, completa o treinador.

O sucesso do trabalho com Gustavo Kuerten e o resultado recente do juvenil Tiago Fernandes são separados pelas condições do local de treinamento comandado por Larri Passos. O técnico lembra que a estrutura melhorou e espera que os outros treinadores sigam o seu trabalho, já que não terá como comandar sozinho o trabalho de evolução no tênis nacional.

“Hoje o centro que eu tenho dá uma condição melhor para o jogador, uma tranquilidade maior. Isso é importante, mas jamais eu vou ser o salvador da pátria, já vou avisando. Quero que os treinadores venham junto comigo. Se estou assumindo o trabalho com o Thomaz é pelos treinadores também, para dizer que estou na luta de novo, que contem comigo”, afirma Larri.

A disposição da CBT para aceitar aos pedidos de Larri Passos deixou a melhor situação da entidade até mesmo com os tenistas, com quem já havia a parceria com o pagamento das viagens para os torneios internacionais.

“Teremos vários jogadores na Austrália. Eu fui até a confederação e pedi para eles enviarem mais um treinador e o Jorge aceitou mandar mais um. Os jogadores mandaram e-mail para o Jorge agradecendo. A CBT está mandando um técnico a mais lá para ajudar os jogadores, isso é um avanço nosso. Isso porque eu briguei. Estou fazendo esse lado há bastante tempo, mas agora eu vou começar a ser remunerado (risos)”, completa Larri Passos.