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Possibilidade de Nadal fechar o Grand Slam em anos diferentes gera discussão

Rafael Nadal venceu Roland Garros, Wimbledon e Aberto dos Estados Unidos em 2010 Imagem: Getty Images

Do UOL Esporte

Em São Paulo

16/01/2011 07h00

Na história do tênis masculino, apenas dois jogadores conquistaram o chamado Grand Slam, com os títulos dos quatro maiores torneios da modalidade em sequência. O norte-americano Don Budge foi o primeiro, em 1938. O outro foi o australiano Rod Laver, que levou todos os Majors para casa em 1962 e repetiu o feito em 1969. E foi o próprio Laver quem resolveu criar uma polêmica antes do Aberto da Austrália deste ano.

Com três títulos de Grand Slam conquistados em 2010, tendo vencido na sequência Roland Garros, Wimbledon e o Aberto dos Estados Unidos, o espanhol Rafael Nadal, que enfrenta na primeira rodada na Austrália o brasileiro Marcos Daniel, pode chegar ao quarto título seguido do Slam e causaria um feito inédito, já que nenhum outro tenista obteve os quatro títulos consecutivos em anos diferentes.

O problema é que para Laver o Grand Slam não será válido para Nadal justamente pelo fato de o espanhol não ter vencido todos os torneios no mesmo ano. O ex-tenista que dá nome à quadra central do Aberto da Austrália, local onde Rafael Nadal poderá fazer história, questiona e diz que mesmo com as outras pessoas dizendo se tratar do Grand Slam, ele não será convencido.

“Se Nadal vencer o Aberto da Austrália, vocês podem chamar como quiserem, um ‘mini Slam’, ‘Rafa Slam’, ou que for, mas não será um Grand Slam. Não estou dizendo que se ele ganhar quatro Grand Slams seguidos não seria um grande feito, mas eu acho que ganhar quatro em temporadas diferentes não tem o mesmo valor do que vencer todos em um ano só”, polemiza Rod Laver.

Alguns torcedores de Nadal tentam responder dizendo que Rod Laver venceu três de seus quatro títulos de Grand Slam na grama, enquanto Rafael Nadal venceu Roland Garros no saibro, Wimbledon na grama e o Aberto dos Estados Unidos no cimento.

Mas entre os defensores de Nadal está um de seus principais rivais no circuito atual, o britânico Andy Murray, que critica a discussão e não vê nenhuma diferença em ver o espanhol ser campeão dos quatro maiores torneios do tênis em sequência mesmo sendo em temporadas diferentes.

“Muitas pessoas estão dizendo, ‘Bem, não são todos na mesma temporada’. Mas realmente não acho que faça nenhuma diferença. Se você vence todos os Slams ao mesmo tempo, é uma conquista incrível. Mesmo com três seguidos é fantástico”, afirma Murray, que também vive um dilema com Grand Slams.

Vice-campeão do Aberto da Austrália no ano passado, quando foi batido por Roger Federer na decisão, Murray tenta acabar com o jejum britânico de Grand Slams, já que a última conquista do país que representa foi com Fred Perry e completa nesta temporada 76 anos.

“[O Grand Slam de Nadal] é o que todos nós estamos competindo contra. Ele é um dos melhores jogadores de todos, se não for o melhor, merecer ser o número 1, e se vencer o Aberto da Austrália – o que eu espero que ele não faça – será incrível”, afirma Andy Murray.

Enquanto se discute no circuito a validade ou não do feito histórico de Rafael Nadal, assim como já foi questionada a dificuldade de Roger Federer para quebrar o recorde de títulos de Grand Slam do norte-americano Pete Sampras, o próprio tenista espanhol tenta não pensar em feitos históricos.

“Não faz diferença se eu ganho três Grand Slams ou se eu ganho um ou dois. Isso aconteceu no passado. Quando começo uma temporada, tenho zero ponto. Estou trabalhando para estar pronto e ser competitivo para tentar estar nas posições do topo e competir para me manter ganhando títulos. Mas a pressão para mim é a mesma”, despista Nadal.

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