Possibilidade de Nadal fechar o Grand Slam em anos diferentes gera discussão
Na história do tênis masculino, apenas dois jogadores conquistaram o chamado Grand Slam, com os títulos dos quatro maiores torneios da modalidade em sequência. O norte-americano Don Budge foi o primeiro, em 1938. O outro foi o australiano Rod Laver, que levou todos os Majors para casa em 1962 e repetiu o feito em 1969. E foi o próprio Laver quem resolveu criar uma polêmica antes do Aberto da Austrália deste ano.
MARCOS DANIEL NÃO DÁ SORTE A NADAL
A primeira rodada do Aberto da Austrália coloca Rafael Nadal para jogar pela oitava vez contra tenistas brasileiros na carreira, sendo a terceira vez contra o gaúcho Marcos Daniel, rival batido pelo espanhol em Roland Garris-2009 e Queen’s-2010.
Nadal também já enfrentou Thomaz Bellucci duas vezes em Roland Garros, em 2008 e 2010, além de ter feito três confrontos com Ricardo Mello, um no Aberto do Brasil de 2005, outro no Masters Series do Canadá, também em 2005 e o último no Masters Series de Miami, em 2007. Mas o espanhol jamais foi derrotado em partida de simples por um brasileiro no circuito profissional.
O problema para Nadal é a estatística dos torneios em que enfrenta Marcos Daniel. Se o número um do mundo conquistou Roland Garros nas duas vezes em que enfrentou Thomaz Bellucci durante a campanha, o espanhol não conseguiu o título dos torneios em que passou por Marcos Daniel.
Na edição de 2009 de Roland Garros, Nadal acabou parando nas oitavas de final diante do sueco Robin Soderling, então 25º do mundo. Em outra ‘zebra’, Nadal caiu nas quartas de final do Torneio de Queen’s diante do compatriota Feliciano López após ter vencido Marcos Daniel na estreia.
Com três títulos de Grand Slam conquistados em 2010, tendo vencido na sequência Roland Garros, Wimbledon e o Aberto dos Estados Unidos, o espanhol Rafael Nadal, que enfrenta na primeira rodada na Austrália o brasileiro Marcos Daniel, pode chegar ao quarto título seguido do Slam e causaria um feito inédito, já que nenhum outro tenista obteve os quatro títulos consecutivos em anos diferentes.
O problema é que para Laver o Grand Slam não será válido para Nadal justamente pelo fato de o espanhol não ter vencido todos os torneios no mesmo ano. O ex-tenista que dá nome à quadra central do Aberto da Austrália, local onde Rafael Nadal poderá fazer história, questiona e diz que mesmo com as outras pessoas dizendo se tratar do Grand Slam, ele não será convencido.
“Se Nadal vencer o Aberto da Austrália, vocês podem chamar como quiserem, um ‘mini Slam’, ‘Rafa Slam’, ou que for, mas não será um Grand Slam. Não estou dizendo que se ele ganhar quatro Grand Slams seguidos não seria um grande feito, mas eu acho que ganhar quatro em temporadas diferentes não tem o mesmo valor do que vencer todos em um ano só”, polemiza Rod Laver.
Alguns torcedores de Nadal tentam responder dizendo que Rod Laver venceu três de seus quatro títulos de Grand Slam na grama, enquanto Rafael Nadal venceu Roland Garros no saibro, Wimbledon na grama e o Aberto dos Estados Unidos no cimento.
Mas entre os defensores de Nadal está um de seus principais rivais no circuito atual, o britânico Andy Murray, que critica a discussão e não vê nenhuma diferença em ver o espanhol ser campeão dos quatro maiores torneios do tênis em sequência mesmo sendo em temporadas diferentes.
“Muitas pessoas estão dizendo, ‘Bem, não são todos na mesma temporada’. Mas realmente não acho que faça nenhuma diferença. Se você vence todos os Slams ao mesmo tempo, é uma conquista incrível. Mesmo com três seguidos é fantástico”, afirma Murray, que também vive um dilema com Grand Slams.
Vice-campeão do Aberto da Austrália no ano passado, quando foi batido por Roger Federer na decisão, Murray tenta acabar com o jejum britânico de Grand Slams, já que a última conquista do país que representa foi com Fred Perry e completa nesta temporada 76 anos.
“[O Grand Slam de Nadal] é o que todos nós estamos competindo contra. Ele é um dos melhores jogadores de todos, se não for o melhor, merecer ser o número 1, e se vencer o Aberto da Austrália – o que eu espero que ele não faça – será incrível”, afirma Andy Murray.
Enquanto se discute no circuito a validade ou não do feito histórico de Rafael Nadal, assim como já foi questionada a dificuldade de Roger Federer para quebrar o recorde de títulos de Grand Slam do norte-americano Pete Sampras, o próprio tenista espanhol tenta não pensar em feitos históricos.
“Não faz diferença se eu ganho três Grand Slams ou se eu ganho um ou dois. Isso aconteceu no passado. Quando começo uma temporada, tenho zero ponto. Estou trabalhando para estar pronto e ser competitivo para tentar estar nas posições do topo e competir para me manter ganhando títulos. Mas a pressão para mim é a mesma”, despista Nadal.
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