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Sem badalação de Fernandes, Clezar tem a sua chance após destaque no juvenil

Guilherme Clezar aproveita ausência de Fernandes na Bahia e vira atração entre promessas brasileiras - Lucas Dawson/Getty Images
Guilherme Clezar aproveita ausência de Fernandes na Bahia e vira atração entre promessas brasileiras Imagem: Lucas Dawson/Getty Images

Rubens Lisboa*

Na Costa do Sauipe (BA)

07/02/2011 12h08

O jovem tenista gaúcho Guilherme Clezar chamou a atenção em 2009 ao alcançar a final de duplas da edição juvenil de Roland Garros. Meses depois, o bom desempenho apresentado pelo brasileiro no circuito acabou esquecido graças ao título o alagoano Tiago Fernandes no Aberto da Austrália juvenil.

Enquanto Fernandes, badalado na Costa do Sauipe no ano passado, não joga o Aberto do Brasil devido a uma lesão, Clezar tem a sua primeira chance em um torneio ATP nesta segunda-feira, quando fecha a programação da quadra central do Aberto do Brasil estreando na primeira rodada contra João Souza, o Feijão.

Incentivado para seguir a carreira de tenista por Fernando Roese e João Zwetsch, Guilherme Clezar trabalha neste ano tendo Zwetsch, capitão do Brasil na Copa Davis, como seu treinador, que tem a experiência de ter colocado dois tenistas entre os 50 melhores do mundo, Flavio Saretta e Thomaz Bellucci.

“Comecei a jogar quando tinha 5 ou 6 anos. Com 13 anos fui treinar em um centro de treinamento que tinha João e Fernando. Treinei com Fernando Roese no IGT [Instituto Gaúcho de Tênis] e no fim de 2010 voltei com o João. Cada treinador tem seu estilo. Eu conhecia o João porque treinei com ele quando era criança”, lembra Clezar.

Incumbido de fechar a programação na principal quadra na Costa do Sauipe, Clezar revela ter ficado surpreso com o convite recebido da promotora Koch Tavares e espera uma passar por uma nova experiência apesar de já ter jogado uma final de Roland Garros na base.

“Surpreendeu. Ganhar um wild card de ATP na minha idade sendo que tem no Brasil outros com ranking melhor do que eu... Primeiro ATP em casa, não poderia ser melhor. Eu já tenho experiência de jogar em algumas quadras grandes, mas ATP é diferente”, afirma Guilherme Clezar.

Contra Feijão, o tenista que recentemente completou 18 anos espera poder fazer uma partida bem disputada. Apesar de achar complicado conseguir a vitória na primeira rodada, o garoto já começa a pensar em resultados deste nível para que possa subir rapidamente no ranking mundial em seu primeiro ano jogando apenas eventos profissionais.

“Esse ano tenho jogado mais, ano passado joguei um seis torneios profissionais. Fiz a transição no ano passado, ganhei alguns pontinhos, mas espero subir no ranking o mais rápido que puder”, diz Clezar.

Quando questionado sobre um suposto benefício pelo fato de não ter recebido a mesma badalação de Tiago Fernandes há um ano na Costa do Sauipe, Guilherme Clezar se esquiva de comparações e diz ver a mesma pressão justamente por jogar já na chave principal e na quadra central.

“Tem os dois lados. Quando você ganha um torneio [juvenil] assim surgem bastante oportunidades. O Tiago teve muitas oportunidades, uma coisa boa também. Mas eu sempre procurei fazer meu trabalho. Essa sensação, só passando por ela para ver. A pressão é a mesma, quando você entra na quadra é o momento e não o que você fez antes”, finaliza o tenista que nesta semana tem o seu melhor ranking da carreira com a 719ª colocação.

*O repórter viaja a convite da organização do Aberto do Brasil.